Plano inicial do partido era que a vaga fosse ocupada por um empresário do Sul ou do Sudeste
Gustavo Uribe| Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Com a expectativa de fechar uma aliança nacional com o PSB, o PDT tem discutido a indicação do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda para o posto de vice-presidente na chapa de Ciro Gomes.
O plano inicial do partido era que a vaga fosse ocupada por um empresário do Sul ou do Sudeste e que não tivesse a imagem atrelada diretamente ao universo político, como o caso do presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch.
Como o PP, partido a que ele é filiado, tem articulado uma coligação de centro-direita com o DEM e o PRB, o PDT avalia a necessidade de fazer um gesto político que amarre de vez o PSB na chapa presidencial. Com um apoio, a sigla mais do que dobraria o tempo de propaganda televisiva de Ciro.
O mineiro é empresário, amigo do cearense e foi seu secretário-executivo quando ele comandava o Ministério da Integração Nacional, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele deixou o cargo após seu nome ser mencionado no escândalo do mensalão como tendo recebido dinheiro do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Na época, ele disse que pediu ajuda ao petista para pagar agência de publicidade que fez a campanha presidencial de Ciro em 2002.
A indicação de Lacerda para o posto de vice tem o apoio da corrente pernambucana do PSB, a mais forte da legenda. Isso porque a retirada de sua pré-candidatura ao governo de Minas Gerais e o apoio do partido à reeleição de Fernando Pimentel, do PT, facilitaria um acordo em Pernambuco.
O governador Paulo Câmara, do PSB, tem buscado o apoio do PT à sua candidatura a um segundo mandato. Os petistas, contudo, têm cobrado reciprocidade em outras disputas estaduais, como em Minas Gerais.
Em conversa com um aliado, relatada à Folha, Lacerda disse que ainda não falou sobre o tema com a direção nacional do PSB e que é pré-candidato ao governo de Minas Gerais “até segunda ordem”. Para um amigo dele, a possibilidade dele participar da chapa presidencial não deve ser excluída.
Apesar de avaliar o nome de Lacerda, Ciro ainda não desistiu de outro mineiro para o cargo. O empresário Josué Alencar, da Coteminas, ainda é seu favorito para o posto. O partido dele, o PR, contudo, ainda não definiu se apoiará um candidato de esquerda ou de direita. Um grupo da legenda tem trabalhado pelo apoio a Jair Bolsonaro, do PSL.
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