DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Estratégia é associar petista a imagem de desrespeito a valores democráticos
"É indiscutível que o Brasil sempre teve mais simpatia pelo [Hugo] Chávez", disse o tucano a empresários em SP
Catia Seabra e Ricardo Balthazar
SÃO PAULO - Disposto a associar a petista Dilma Rousseff a uma imagem de radicalismo e desrespeito aos valores democráticos, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, subiu o tom de seus ataques à adversária ontem, durante almoço com empresários.
Citando uma entrevista em que o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra João Pedro Stédile declarou apoio a Dilma, Serra disse que o MST aumentará o número de invasões caso Dilma seja eleita: "Porque com ela vão poder fazer mais invasões, mais agitação".
A disseminação da ideia de que o PT e sua candidata representam uma ameaça aos "valores democráticos" é uma estratégia da campanha. Um dos articuladores políticos de Serra, o deputado Jutahy Magalhães (BA) afirmou que essa é "uma linha mestra da campanha".
"Se o governo instrumentaliza um movimento que adota práticas ilegais, temos que denunciar", afirmou.
Até agora, Serra mirava o PT. Ontem, porém, avançou um degrau, falando especificamente no nome da adversária. O MST não será o único alvo. Ontem, Serra sugeriu que o governo deveria se valer de sua influência para salvar presos políticos em Cuba.
Dias depois de seu vice, o deputado Indio da Costa (DEM), associar o PT às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Serra sugeriu que o Brasil deveria ter usado sua influência para evitar o recente rompimento entre Venezuela e Colômbia.
"É inegável, indiscutível, que o Brasil sempre teve mais simpatia pelo [presidente venezuelano, Hugo] Chávez", disse Serra. "É inegável que o Chávez abriga essas Farc."
Em seguida, ao criticar o loteamento de estatais e agências reguladoras pelos partidos governistas, o tucano acusou os petistas de promoverem o que classificou como "patrimonialismo sindicalista" e "bolchevique".
No encontro de ontem, em que 497 integrantes do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) se reuniram para ouvi-lo, Serra também se esforçou para desfazer a imagem de competência administrativa que muitos empresários costumam associar a Dilma.
Ao criticar um comentário da petista sobre o tamanho da carga tributária no Brasil, que em termos relativos é inferior à de alguns países ricos, Serra disse que a "assessoria dela deixou de informá-la que a gente deve comparar o Brasil com países de desenvolvimento equivalente".
Estratégia é associar petista a imagem de desrespeito a valores democráticos
"É indiscutível que o Brasil sempre teve mais simpatia pelo [Hugo] Chávez", disse o tucano a empresários em SP
Catia Seabra e Ricardo Balthazar
SÃO PAULO - Disposto a associar a petista Dilma Rousseff a uma imagem de radicalismo e desrespeito aos valores democráticos, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, subiu o tom de seus ataques à adversária ontem, durante almoço com empresários.
Citando uma entrevista em que o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra João Pedro Stédile declarou apoio a Dilma, Serra disse que o MST aumentará o número de invasões caso Dilma seja eleita: "Porque com ela vão poder fazer mais invasões, mais agitação".
A disseminação da ideia de que o PT e sua candidata representam uma ameaça aos "valores democráticos" é uma estratégia da campanha. Um dos articuladores políticos de Serra, o deputado Jutahy Magalhães (BA) afirmou que essa é "uma linha mestra da campanha".
"Se o governo instrumentaliza um movimento que adota práticas ilegais, temos que denunciar", afirmou.
Até agora, Serra mirava o PT. Ontem, porém, avançou um degrau, falando especificamente no nome da adversária. O MST não será o único alvo. Ontem, Serra sugeriu que o governo deveria se valer de sua influência para salvar presos políticos em Cuba.
Dias depois de seu vice, o deputado Indio da Costa (DEM), associar o PT às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Serra sugeriu que o Brasil deveria ter usado sua influência para evitar o recente rompimento entre Venezuela e Colômbia.
"É inegável, indiscutível, que o Brasil sempre teve mais simpatia pelo [presidente venezuelano, Hugo] Chávez", disse Serra. "É inegável que o Chávez abriga essas Farc."
Em seguida, ao criticar o loteamento de estatais e agências reguladoras pelos partidos governistas, o tucano acusou os petistas de promoverem o que classificou como "patrimonialismo sindicalista" e "bolchevique".
No encontro de ontem, em que 497 integrantes do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) se reuniram para ouvi-lo, Serra também se esforçou para desfazer a imagem de competência administrativa que muitos empresários costumam associar a Dilma.
Ao criticar um comentário da petista sobre o tamanho da carga tributária no Brasil, que em termos relativos é inferior à de alguns países ricos, Serra disse que a "assessoria dela deixou de informá-la que a gente deve comparar o Brasil com países de desenvolvimento equivalente".
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