“Nas circunstâncias e neles. As circunstâncias se alteraram, em alguns pontos significativamente. A revolução árabe, com que o tema da democracia como valor universal se impõe; com que também a perspectiva dominante durante o governo Lula, de um viés terceiro-mundista, perde muito da sua força. Esse é um ponto. Uma questão interna que também acarreta mudança é a questão sindical e operária. Aí, as mudanças circunstanciais, na contingência e até de personalidade dos atores influem.
Outra questão das circunstâncias é a inflação. O governo Lula não conheceu ameaças de surtos inflacionários, como o governo Dilma vem conhecendo. Inclusive, é ela que está pagando a conta das políticas anticíclicas exercitadas a partir de 2008. Poderemos ter um surto inflacionário que, se vier, varre este ciclo de governos do PT. O mundo que a Dilma conhece é novo em relação ao que Lula conheceu.
É um capitalismo politicamente orientado.
São contínuos às nossas práticas anteriores. Inclusive, com este inesperado ocorrido no segundo mandato do Lula, que foi devolver vida ao repertório da era Vargas e parte do repertório do regime militar
A oposição não tem programa. Sempre pode-se dizer que o governo não tem programa, estamos no reino do pragmatismo instrumental. Uma coisa é ser pragmático. Outra é não ter fim algum, é ir tocando. “
Luiz Werneck Vianna. Entrevista: ‘Novo ambiente não permite que Dilma repita Lula’. O Estado de S. Paulo, 10/4/2011
Luiz Werneck Vianna. Entrevista: ‘Novo ambiente não permite que Dilma repita Lula’. O Estado de S. Paulo, 10/4/2011
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