domingo, 22 de julho de 2012

Serra afirma que resultado de pesquisa é surpreendente

Empate de Russomanno com tucano faz PSDB e PT discutirem nova estratégia

Candidato do PRB diz que resultado deixa claro que disputa em SP não está polarizada entre Serra e Haddad

SÃO PAULO, RIO, BRASÍLIA - O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse ontem que o resultado da última pesquisa Datafolha é "surpreendente".

O levantamento registrou empate técnico entre o tucano, que tem 30% das intenções de voto, e o candidato do PRB, Celso Russomanno, que aparece com 26%.

O petista Fernando Haddad, considerado o principal rival de Serra, tem 7%.

O resultado fez Russomanno afirmar que não existe polarização na disputa. "Enquanto PSDB e PT se atacam, estou trabalhando com humildade e quietinho."

A campanha de Serra se dividiu sobre a melhor estratégia a ser adotada.

Ontem, questionado se a polarização entre o PSDB e o PT ainda era o caminho mais provável, Serra manifestou dúvida. "Não sei. Quem diria há três ou quatro meses que a pesquisa estaria assim? É meio surpreendente", disse.

O comando da campanha do tucano acreditava que Russomanno, que aparece em segundo lugar nas pesquisas há meses, registraria uma queda neste levantamento.

A crença era motivada pela diminuição da exposição do adversário, que deixou de comandar no dia 29 de junho um quadro de 36 minutos semanais na TV Record.

"As pessoas não me conhecem há alguns meses. Elas me conhecem porque faço um trabalho há 22 anos", respondeu Russomanno.

Diante do cenário, o QG serrista passou a discutir a melhor estratégia: uma ala acredita que o PSDB deve manter o foco no PT. A outra acha que o tucano não deve ter alvo preferencial.

Segundo essa avaliação, polarizar com o PT traria holofotes para Haddad, ainda desconhecido da população. Mesmo aparecendo com 7% das intenções de voto, Haddad disse ter visto na pesquisa sinais de que o eleitor quer mudanças -seu slogan é "o homem novo para um tempo novo".

Ele destacou o alto índice de rejeição de Serra -37%, o maior entre os candidatos.

"[O eleitor] vai escolher a mudança que quer", disse o petista, que aposta na campanha pela TV para se tornar mais conhecido.

Apesar do discurso, nos bastidores a pesquisa frustrou petistas, que esperavam Haddad com dois dígitos.

Integrantes do comando da campanha reconhecem que a queda do adversário do PRB, se confirmada, não será tão rápida. Petistas admitem erros, mas divergem sobre a origem.

Para alguns, Haddad enfrenta resistência entre os chamados "formadores de opinião" após entrada do PP, de Paulo Maluf, na campanha. Para outros, o PT errou ao se recusar a fazer aliança com o PTB, hoje principal braço de Russomano. Mudanças deverão ser debatidas em reunião na segunda-feira.

Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, candidato à reeleição pelo PMDB, evitou o clima de "já ganhou" após o Datafolha mostrar que, se a disputa fosse hoje, ele venceria no primeiro turno, com 54% dos votos.

"Vemos com muita humildade e vamos continuar trabalhando firme pela eleição."

Já Marcelo Freixo (PSOL) afirmou que a pesquisa foi positiva. Desconhecido por metade do eleitorado, ele tem 10% e está empatado em segundo lugar com Rodrigo Maia, do DEM, que tem 6%.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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