segunda-feira, 16 de junho de 2014

Campos sobe o tom contra o PT

• Durante périplo nas convenções regionais do PSB, o ex-governador mira no governo e afirma que não fica mais em projeto comandado por um bocado de raposa que já roubou o que tinha de roubar"

Arthur Paganini – Correio Braziliense

Na tentativa de fortalecer sua candidatura à Presidência da República em palanques pelo estado, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos aproveitou convenções regionais ontem para reforçar seu discurso de oposição e atacar a presidente Dilma Rousseff. No Recife, onde oficializou a candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco, ele disse que a gestão petista "já roubou o que tinha que roubar". Mais cedo, em Brasília, Campos também alfinetou a adversária ao lançar a candidatura de Rodrigo Rollemberg.

O lançamento de Câmara foi acompanhado pela ex-senadora Marina Silva, que sairá como vice na chapa de Campos. O ex-governador será presença forte no palanque do candidato para garantir a vitória em Pernambuco, onde tem a alta popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como grande adversária. Campos aposta que a capacidade de transferência de votos de Lula para Dilma tenha diminuído em quatro anos. Já os petistas entram na eleição no estado apoiando a candidatura do senador Armando Monteiro (PTB).

Último a discursar, Campos disse que é hora de o PT deixar o Palácio do Planalto. "É com esse respeito que eu afirmei que não fico mais em um projeto comandado por um bocado de raposa que já roubou o que tinha que roubar, que já tomou o que tinha que tomar, que não vai dar ao Brasil nada de novo", acusou, acrescentando que não cairá em provocações dos adversários. Câmara, que tem o apoio de 21 partidos, prometeu continuidade nas ações do atual governo.

Em Brasília, Campos (PSB) e Marina criticaram o modelo de alianças políticas e de repartição de cargos em troca de apoio político na máquina pública durante convenção do PSB que escolheu o senador Rodrigo Rollemberg candidato ao Governo do Distrito Federal (GDF).

Campos ressaltou a economia, saúde e segurança pública entre os pontos fracos da gestão de Dilma. E também citou a frase sobre as raposas. "Temos que mudar essa velha política de coalizão, onde as velhas raposas já roubaram tudo o que tinha para ser roubado do sonho brasileiro", afirmou. Em discurso, Marina defendeu a ética e criticou as alianças políticas feitas sem critério.

Renovação
Marina e Campos concentraram seus discürsos com críticas ao cenário político nacional. Pregando a ideia da inovação e da renovação na política, o candidato à Presidência disse que Dilma será a primeira, em 20 anos, a entregar ao sucessor um país pior do que o encontrado há quatro anos. "Temos que repensar e ver como mudar o Brasil. Vínhamos melhorando nos últimos 20 anos, embora sem a velocidade nem do jeito que a gente queria, mas o fato é que o presidente ltamar entregou o país ao presidente Fernando Henrique Cardoso melhor do que ele encontrou antes e assim foi até Lula entregar o país a Dilma. Hoje, ela entregará um país pior do que ela recebeu", afirmou.

Marina criticou a formação de chapas políticas sem identidade e ressaltou o valor da ética na política, assunto que permeou a maior parte de sua fala. "Dizem que não temos muitos partidos para fazer aliança, mas isso se deve ao fato de que nós temos uma atitude seletiva. Na minha candidatura à Presidência em 2010, meu maior apoio veio dos núcleos vivos da sociedade. Partidos são importantes, mas não mais do que a sociedade", afirmou. "Atitudes éticas não são o diferencial de um político, mas devem ser o ponto de partida para qualquer um pleitear uma função pública", acrescentou.

Com o Diário de Pernambuco

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