• Precisa fazer avançar medidas econômicas
Paulo Celso Pereira - O Globo
A escolha de Leonardo Picciani para a liderança do PMDB marca uma suada mas simbólica vitória para o governo. Se no fim do ano passado o nível de fragilidade da base aliada fez o temor em relação ao impeachment chegar ao seu nível máximo, a vitória de ontem sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, simboliza o refluxo desse processo. Só que está longe de significar que o ano será tranquilo para o Planalto.
Agora que venceu a primeira batalha, cabe ao governo fazer valer os votos que obteve no PMDB para dar andamento à uma agenda que permita a retomada do crescimento econômico. Para a alegria da presidente Dilma, seu algoz preferencial — que havia imposto ao Palácio duras derrotas no ano passado — demonstrou ter cada vez menos poder para impedir os projetos governistas de prosperarem.
A deterioração da situação de Cunha chegou a seu maior nível. Prestes a virar réu no Supremo Tribunal Federal, manobrando dia após dia para impedir que seu processo caminhe no Conselho de Ética, Cunha viu exposta sua fragilidade na própria bancada que comandou e da qual saiu para se tornar presidente da Câmara.
Só que Cunha é apenas um dos obstáculos que o governo precisará atravessar. As dissidências nos demais partidos da base, a falta de pontes com a oposição e a própria resistência do PT a enfrentar os desafios da economia são outros, talvez ainda mais difíceis de superar.
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