Temer diz não à PF de novo, pede arquivamento de inquérito e afirma que sofre ‘abusos e agressões’
Presidente acuado pela delação da JBS na Operação Patmos, que o põe sob suspeita de corrupção, organização criminosa e obstrução da Justiça, silencia, não responde a interrogatório e ataca em blocos o conteúdo das indagações da Polícia Federal
Fausto Macedo, Julia Affonso, Fábio Serapião e Vera Rosa | O Estado de S. Paulo
O presidente Michel Temer disse não à Polícia Federal. Em petição entregue nesta sexta-feira, 9, ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o peemedebista ataca em 14 páginas as 82 perguntas que lhe foram dirigidas pela PF nos autos do inquérito da Operação Patmos, que o põe sob suspeita de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa no caso JBS.
A petição por Temer é subscrita pelo criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, um veterano da advocacia com larga experiência nos tribunais superiores.
A defesa pediu o arquivamento do inquérito.
“O presidente e cidadão Michael Temer está sendo alvo de um rol de abusos e de agressões aos seus direitos individuais e à sua condição de mandatário da Nação que colocam em risco a prevalência do ordenamento jurídico e do próprio Estado Democrático de Direito. O vulgo tem questionado ‘mas o que estão fazendo com o Presidente da República ?’ e os seus amigos indagam ‘por que o Michael está sendo tratado desta forma ?'”, afirma a defesa de Temer.
“Com efeito, primeiro ele foi coadjuvante de uma comédia bufa, encenada por um empresário e criminoso confesso e agora está sendo objeto de uma inquirição invasiva, arrogante, desprovida de respeito e do mínimo de civilidade. O questionário é um acinte à sua dignidade pessoal e ao cargo que ocupa, além de atentar contra vários dispositivos legais, bem como contra direitos individuais, inseridos no texto constitucional.”
Mariz afirma que ‘o interesse do presidente, declarado desde o início, é o de que haja uma investigação que coloque às claras a verdade dos fatos’.
“É inadmissível que se faça uma avaliação desses fatos precipitada e maculada por paixões políticas ou ideológicas ou por partidarismos de quaisquer espécies, pois está em foco a dignidade e a honra do Chefe do Poder Executivo”, observa a defesa.
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