Marcelo
Godoy / O Estado de S. Paulo
Segundo
d’Ávila, o presidente Jair Bolsonaro foi eleito por quatro grupos e já foi
abandonado por três deles: os antipetistas, os liberais e os lavajatistas.
Mantém o apoio dos fidelíssimos, do “bolsonarismo duro”. Mas, avalia, hoje a
maioria dos brasileiros deseja um governo totalmente diferente do atual, e um
candidato em um partido médio, como Cidadania e o Podemos, teria mais chance de
atrair outras siglas sem prejudicar os acertos regionais.
Para ele, o antibolsonarismo deve ter papel central na eleição em 2022. “Os votos que Lula e que Bolsonaro tiveram são votos do passado. Bolsonaro carregará o peso da crise sanitária, Lula o da corrupção e Moro o da resistência ao seu nome na esquerda. O centro é que pode construir pontes. Se o centro chegar ao segundo turno, ele ganhará a eleição.”
Substituição
O
cientista político José
Alvaro Moisés concorda que o antibolsonarismo deve ocupar
o papel do antipetismo nessa eleição em razão do “desastre da política
sanitária” do governo. “É possível que o eleitor antipetista abandone Bolsonaro
e procure alguém mais competitivo contra Lula em 2022.” Para que haja uma
terceira força capaz de capturar parte do antibolsonarismo e o voto de esquerda
crítico ao PT, diz Moisés, seria necessário que o centro democrático não
aparecesse dividido na próxima eleição.
O cientista político acredita ser necessário que o centro apresente um programa viável de retomada econômica com a criação de empregos e a defesa da democracia, combatendo a desigualdade “abismal”. “É preciso que o centro saiba dialogar com o sentimento de rejeição da política para que ele não desapareça. Nós precisamos de estadistas.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário