Folha de S. Paulo
Quem conhece um pouco Brasília, sabe que
sua versão para o vídeo não é minimamente crível
Num vídeo que registrou a troca de comando
no Ministério da Saúde, em m
Quando esteve
na CPI, cobrado pela falta de empenho em responder à oferta de vacinas da
Pfizer, o general disse que, como "decisor", não cabia a ele negociar
com a farmacêutica. "O ministro não pode receber as empresas ("¦) não
pode fazer negociações com empresa", respondeu.
O esforço para construir imagem de gestor probo se liquefaz com o vídeo, revelado por esta Folha, em que Pazuello, ainda ministro, se mostra muito à vontade com representantes de uma empresa que prometia intermediar a compra de 30 milhões de doses da Coronavac. O preço era quase o triplo do cobrado pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo, pela mesma vacina.
Quem conhece um pouco das formalidades que
regem a burocracia de Brasília sabe que a versão de Pazuello para o vídeo não é
minimamente crível. Em flagrante contradição com o que afirmou nas ocasiões
anteriores, o general diz, agora, que fora cumprimentar os representantes da
empresa. O detalhe é que isso ocorreu fora da agenda e no gabinete de um
subordinado, no caso, o onipresente secretário-executivo de Pazuello, coronel
Élcio Franco.
A CPI já tem evidências suficientes de que
o governo Bolsonaro só demonstrou interesse nas vacinas mais caras e/ou
oferecidas por espertalhões em esquemas suspeitos. Era o "rachadão"
da vacina. Tudo operado por uma corriola de coronéis na gestão do general.
Esse senhor já deveria ter sido julgado pela Justiça comum e preso. No Brasil anômalo em que estamos vivendo, ele segue acobertado e muito bem protegido em um gabinete no valhacouto do Planalto depois de ter ajudado a mandar 542 mil brasileiros para o cemitério.
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