quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Bruno Boghossian - Desmantelar o terrorismo

Folha de S. Paulo

Identificar e punir redes golpistas será necessário depois que Bolsonaro deixar o poder

Em duas semanas, um grupo terrorista organizou dois ataques em Brasília. No dia da diplomação de Lula, criminosos provocaram depredação, atearam fogo em carros e quase lançaram um ônibus de um viaduto. Ninguém foi preso. No último sábado (24), militantes bolsonaristas tentaram explodir bombas na capital.

O país termina o ano com uma célula terrorista em atividade. A prisão de George Washington de Oliveira Sousa frustrou um atentado que tinha o objetivo de reverter a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas, mas outros apoiadores do atual presidente permanecem impunes e empenhados em seus projetos golpistas.

A ação desses grupos deve dar novo fôlego às investigações conduzidas no STF contra organizadores de atos antidemocráticos. Desmantelar essas células, reduzir os incentivos a novos ataques à democracia e punir os crimes já cometidos continuarão na mira do tribunal em 2023.

Os investigadores ainda precisam identificar a rede envolvida nos atos criminosos. O empresário que tentou explodir um caminhão perto do aeroporto de Brasília admite que não agiu sozinho. Ele diz que organizou o ataque com integrantes do acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército.

Uma das prioridades do STF é rastrear o financiamento dos atos que estimulam um golpe de Estado e fazem ameaças de violência com motivação política. O empresário preso disse que gastou R$ 160 mil para comprar armas e munições, que seriam distribuídas para outros militantes.

As investigações ainda poderão responsabilizar outros personagens que deram apoio aos golpistas. A leniência do comando dos quartéis e a participação ativa de integrantes do governo Bolsonaro (como um militar lotado no Gabinete de Segurança Institucional) são provas de que os militantes contaram com o respaldo de autoridades.

A corrosão da democracia é um projeto permanente do bolsonarismo. Investigar e punir os golpistas será necessário mesmo depois que o atual presidente deixar o poder.

 

2 comentários:

Anônimo disse...

A investigação do STF contra atos antidemocráticos tem que mostrar algum resultado! Já dura um tempo enorme, tem legalidade bastante criticada ou duvidosa, dezenas ou centenas de investigados, mas quase nada mostrou de real. Muitas suspeitas, muitas investigações, muitas decisões polêmicas do ministro Alexandre... Justiça que tanto tarda não é Justiça!

Anônimo disse...

Aposto uma foto do 'mito' com a 'micheque' vestida com uniforme da PRF, inclusive boné, que aí tem rabo, tem focinho, tem dedo, tem impressão digital, tem cheiro e tem rastro de um anão conhecido como general auaulelê