Gerson Camarotti e Cristiane Jungblut e Luiza Damé
DEU EM O GLOBO
O PMDB obteve uma dupla vitória no Congresso, com as eleições de José Sarney (AP) para a presidência do Senado e Michel Temer (SP) para a Câmara. Sarney foi eleito com 49 votos, contra 32 do petista Tião Viana (AC). Temer venceu no primeiro turno, com 304 votos. Ao tomar o comando das duas casas, o PMDB repete a situação inédita desde 1992 e, mesmo dividido, se fortalece para negociar com o presidente Lula o melhor palanque da sucessão de 2010. Após uma votação com a base rachada, o Planalto aplaudiu o resultado, mas terá que trabalhar para curar feridas de aliados derrotados - sem concessão de cargos, avisou Lula. Sarney assumiu prometendo cortar gastos. Seu terceiro mandato na presidência do Senado traz de volta à cúpula da Casa os senadores alagoanos Renan Calheiros, - que escapou da cassação, comandou a campanha de Sarney e será líder na do partido na Casa - e Fernando Collor (AL) - ex-presidente afastado por impeachment, agora cotado para uma comissão. Temer, também pela terceira vez no cargo, fez discurso corporativista: disse que ampliará os serviços da TV Câmara para provar que o deputados trabalham.
PMDB leva tudo e chega forte a 2010
DEU EM O GLOBO
O PMDB obteve uma dupla vitória no Congresso, com as eleições de José Sarney (AP) para a presidência do Senado e Michel Temer (SP) para a Câmara. Sarney foi eleito com 49 votos, contra 32 do petista Tião Viana (AC). Temer venceu no primeiro turno, com 304 votos. Ao tomar o comando das duas casas, o PMDB repete a situação inédita desde 1992 e, mesmo dividido, se fortalece para negociar com o presidente Lula o melhor palanque da sucessão de 2010. Após uma votação com a base rachada, o Planalto aplaudiu o resultado, mas terá que trabalhar para curar feridas de aliados derrotados - sem concessão de cargos, avisou Lula. Sarney assumiu prometendo cortar gastos. Seu terceiro mandato na presidência do Senado traz de volta à cúpula da Casa os senadores alagoanos Renan Calheiros, - que escapou da cassação, comandou a campanha de Sarney e será líder na do partido na Casa - e Fernando Collor (AL) - ex-presidente afastado por impeachment, agora cotado para uma comissão. Temer, também pela terceira vez no cargo, fez discurso corporativista: disse que ampliará os serviços da TV Câmara para provar que o deputados trabalham.
PMDB leva tudo e chega forte a 2010
O FUTURO REPETE O PASSADO
Eleição de Sarney e Temer aumenta poder de barganha do partido com o Planalto
Com a vitória de Michel Temer (SP) para o comando da Câmara e de José Sarney (AP) no Senado, o PMDB aumentou a seu poder de barganha tanto para garantir a governabilidade dos dois últimos anos do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como para negociar o melhor palanque para a sucessão de 2010. O presidente aplaudiu o resultado da eleição, reconheceu as dificuldades para administrar, mas já avisou que não fará mudanças no Ministério ou nos cargos de líderes do governo no Congresso para acomodar derrotados. Para o Palácio do Planalto, deputados e senadores escolheram "o que havia de melhor".
Sarney foi eleito com 49 votos contra 32 para o petista Tião Viana (AC) e Temer, com 304 votos.
A constatação realista do Planalto é que o governo ficará, mais do que nunca, dependente do PMDB, pois terá que administrar uma legenda forte, mas completamente dividida entre peemedebistas da Câmara e do Senado.
- Temos que trabalhar para manter a base unida. O resultado mostra que foi uma escolha soberana do Congresso. A Casa escolheu o que havia de melhor - disse o ministro José Múcio, após reunião ministerial na Granja do Torto. - Mas sabemos que por mais espírito democrático que se tenha, sempre há ressentimentos.
O Planalto terá que trabalhar também para curar as feridas de aliados e petistas derrotados, mas sem concessão de cargos, avisou Lula.
- Vamos reequilibrar as forças políticas, mas o Ministério continua o mesmo, não haverá mudança de ministro ou de cargo de líder - disse Múcio.
Lula não esconde que gostou da eleição de Sarney, pois teria mais problemas no Senado se o peemedebista tivesse sido derrotado por Viana e resolvesse apoiar os tucanos em 2010. Na Câmara, o resultado corresponde ao que desejavam o governo e a maior parte dos aliados de Lula. Ciro Nogueira (PP-PI), que tinha o apoio do baixo clero, contou com 129 votos. E o ex-presidente da Casa Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ficou com 76 votos.
Partido está rachado, afirma Garibaldi
A preocupação do governo é tentar uma interlocução única com o PMDB. A guerra entre os grupos da Câmara e do Senado foi explícita. Enquanto o principal articulador de Sarney, o novo líder do partido, Renan Calheiros (AL), trabalhava para derrotar Temer na Câmara, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, atuou na campanha de Viana. Depois de passar o cargo a Sarney, Garibaldi Alves (RN) já admitia que será difícil unificar o partido:
- Ficou clara a divisão do PMDB da Câmara e do Senado. É verdade que o PMDB nunca esteve unido, mas está mais dividido do que nunca.
Os caciques do partido alardeavam que o PMDB será o fiel da balança em 2010. Hoje, a percepção é que a banda do Senado se alinhará com o Planalto, mas que a da Câmara pode ir para a candidatura do PSDB, cujo o nome com maior visibilidade é o do governador José Serra (SP). O ex-governador do Rio e vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Moreira Franco, que ajudou Temer, diz que o PMDB deve manter a aliança com Lula. Já o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, que já costurou uma aliança com Serra para 2010, esteve na Câmara e marcou posição ao lado de Temer:
- Seria ruim a continuidade do PMDB no governo do PT.
- O PMDB não tem candidato a presidente, mas é a grande noiva de 2010 - disse o deputado Eliseu Padilha, aliado de Temer.
Após entregar no Congresso a mensagem presidencial para a abertura do ano legislativo, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, comentou a eleição de Temer e Sarney:
- Significa que a base do governo foi vitoriosa. Essa vitória pode ser vista como uma contribuição à governabilidade.
Ela disse acreditar que Sarney e Temer ajudarão a melhorar a relação entre Executivo e Legislativo, mas evitou falar em 2010:
- Estamos falando de 2009.
COLABOROU Chico de Gois
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