Tiago Pariz e Flavia Forenque
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE
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PMDB se acerta com partido de Lula apenas em estados pequenos. Tendência da maioria dos diretórios é seguir com candidatura petista, mas ainda não há acerto. Problema está nos estados com maior eleitorado
A aliança do PT com o PMDB tão almejada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é realidade apenas em estados periféricos. Nos locais de maior densidade eleitoral, definitivos para saber qual o rumo dos peemedebistas em 2010, há mais divergências do que acertos.
Até agora, estados sem peso na Convenção Nacional do partido — como Acre, Rondônia, Roraima e Rio Grande do Norte — estão com o acordo mais adiantado. Outros pró-Lula, como Ceará, enfrentam obstáculos impostos pela lógica regional. “Roraima está fechado com o PT, independente de qualquer parceiro”, afirma o senador Romero Jucá, presidente do diretório no estado. “A nossa candidata é a ministra Dilma”, acrescenta.
No Acre, o apoio também está consolidado. Na última eleição ao governo do estado, Márcio Bittar (PPS), apoiado pelo PMDB, foi derrotado no primeiro turno por Binho Marques (PT), então vice-governador do petista Jorge Viana. Mas agora, a tendência é de os partidos marcharem juntos no plano nacional. A posição em outro estado do Norte é semelhante. “Onde o PMDB nacional estiver, o de Rondônia também vai estar numa aliança com o PT”, afirma o senador Valdir Raupp, presidente do diretório estadual.
Mas esse cenário de aliança consolidada é exceção, apesar de haver uma tendência na maioria dos diretórios peemedebistas a um acordo com Lula. Com isso em mente, os entusiastas do presidente da República se engajam para reverter o cenário desfavorável em alguns estados cuja preferência é pelo PSDB. O deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE) cita, por exemplo, o caso do Paraná. Apesar de o governador Roberto Requião preferir apoiar o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), para ser seu sucessor, o parlamentar peemedebista aposta numa reversão do quadro.
Eunício ainda traça um cenário bastante otimista para São Paulo, onde o presidente do diretório estadual, Orestes Quércia, declarou apoio ao governador José Serra (PSDB). O deputado cearense acredita que o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), poderá levar alguns votos pró-PT. “Lá é uns 60% contra 40%”, diz numa avaliação positiva. Hoje, numa conta que agrada Lula, 18 diretórios são favoráveis à aliança, contra sete favoráveis ao PSDB e dois indecisos, entre eles o Distrito Federal.
No Amazonas o cenário é um pouco diferente. O secretário-geral do partido no estado, Miguel Capobiango Neto, aponta um interesse de alguns diretórios em fortalecer a ideia de candidatura própria: “O PMDB tem uma força muito grande no nível municipal, mas ainda precisa ter seu plano de governo fortalecido”, defende.
Até agora, os empecilhos para o acordo eleitoral surgem dos petistas, como em Minas Gerais e Ceará. “Temos tudo para fechar a aliança, a não ser que o PT faça besteira nos estados”, resume Eunício Oliveira. Em Minas, há sintonia entre os ministros Patrus Ananias (PT) e Hélio Costa (PMDB). O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel é o responsável por não fazer o acordo andar. Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os estados mais próximos de uma aliança com o PSDB. --> --> --> -->
Legenda reticente
Confira exemplos de estados onde a aliança entre PT e PMDB para 2010 está praticamente acertada. Em lugares como São Paulo, a dobradinha ainda enfrenta resistências.
Roraima É um dos estados em que a aliança entre PT e PMDB está definida. O fiador da união entre os partidos é o senador Romero Jucá, que preside o diretório estadual. O político afirma que a candidata de consenso em Roraima é Dilma Rousseff
Acre
A dificuldade do PMDB em fazer oposição regional no Acre ficou demonstrada nas últimas eleições, quando o partido perdeu para o candidato do PT, Binho Marques. A fragilidade de caminhar por conta própria tende a favorecer a união entre os dois partidos
Rondônia
O senador do PMDB e presidente do diretório estadual de Rondônia, Valdir Raupp, garante que para onde o PMDB nacional apontar a militância do partido no estado vai seguir. E Raupp assegura que o caminho será uma aliança com o PT
São Paulo
Está entre os estados onde a dobradinha de PT e PMDB ainda sofre resistência, exemplo disso é a declaração de apoio do presidente do diretório estadual, Orestes Quércia, ao governador José Serra (PSDB). Mas há governistas que apostam na reversão do quadro em favor do PT, especialmente a partir da intervenção do presidente da Câmara, Michel Temer (SP).
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