quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Professores levam 12% após tumulto e pancadaria

DEU EM O DIA

Confronto no Centro do Rio, com pedras, bombas e balas de borracha, deixa 13 feridos

Rio - Protesto de professores estaduais resultou ontem em confusão. Após eles fecharem a Rua 1º de Março, uma das principais vias do Centro, repercutindo em engarrafamentos durante a tarde em várias partes do Rio, a PM disparou bombas de gás de pimenta e deu tiros com balas de borracha. No fim, os gritos dos professores obrigaram o governo do estado a recuar e rever a proposta de incorporação da gratificação Nova Escola ao piso dos profissionais. A vitória parcial custou 13 feridos — nove professores, dois estudantes e dois fotógrafos —, dois detidos e não agradou à categoria, que programou manifestação semelhante para amanhã, desta vez na porta do Palácio Guanabara, em Laranjeiras. Até lá, está mantida a greve, que ontem atingiu parcialmente as escolas, segundo sindicalistas e autoridades, sem apresentar balanço de adesões.
Após intensas negociações e os confrontos em frente à Assembleia Legislativa (Alerj), o governo cedeu à principal reivindicação da categoria: a manutenção do índice de 12% que hierarquiza a cada cinco anos o vencimento de cada nível da carreira do magistério estadual. A proposta original previa 7,5%.

Os professores porém, não ficaram satisfeitos, porque o governo manteve o prazo de incorporação em seis anos e não aceitou a proposta de incluir docentes 40 horas no Plano de Carreira.

Ontem, o início do confronto assustou deputados que participavam de reunião com o secretário de Planejamento, Sérgio Ruy Barbosa, para discutir alterações na incorporação do Nova Escola. Tudo começou quando a PM tentou tirar um placar que apontaria para quem estava do lado de fora da Alerj como votaria cada um dos deputados. Professores tentaram impedir, houve confusão e foram rechaçados com bombas. Os estrondos interromperam a reunião. Deputados foram para o meio da manifestação tentar conter os ânimos.

“Não batam nos professores de seus filhos”, pediu a deputada Cidinha Campos (PDT) aos policiais, que foi vaiada ao citar o acordo parcial em nome do presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB). Além dos 13 feridos, dois manifestantes foram detidos, um deles diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), identificado apenas como Paulo César. Eles foram levados para a 5ª DP (Centro), autuados por desacatado e liberados. Picciani disse que a Casa vai investigar a ação da Polícia Militar. “Se houve excessos, vamos tomar providências”, garantiu. Nove dos feridos foram atendidos no departamento médico da Alerj.

“Não sabia se era bala ou estilhaço de bomba”, descreveu. Para ele, os policiais eram novos demais: “Eles não tinham preparo ou estrutura psicológica para lidar com aquela situação”. Professor do Instituto de Educação Sarah Kubitschek, em Campo Grande, e do Colégio Camões, em Resende, no Sul Fluminense, Cláudio foi levado com outros feridos para o Hospital Souza Aguiar. A professora Silni de Lima, do Colégio Estadual Califórnia, Nova Iguaçu, também foi atingida por estilhaços na perna esquerda. “Estávamos protestando pacificamente, quando a PM tentou prender um colega.

Tentaram impedir e os policiais partiram para cima”, contou

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