quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dilma corrige Minc sobre clima

DEU EM O GLOBO

Para Marina, "causa estranhamento" o isolamento do ministro

Chico de Gois Enviado especial

COPENHAGUE. A ministra da Casa Civil e chefe da delegação brasileira na Conferência do Clima, Dilma Rousseff, corrigiu publicamente o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ao afirmar que o Brasil, em nenhum momento, pediu recursos para se adaptar às mudanças climáticas. Minc havia dito, em entrevista, que o Brasil abrirá mão dos recursos. O ofuscamento do ministro serviu como mote para que a senadora Marina Silva (PVAC), pré-candidata à Presidência, aproveitasse para cutucar. Marina afirmou que, em seu tempo como titular do Meio Ambiente, assumia a frente nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas.

Dilma tem procurado demonstrar que, apesar de não ser da área — com quem às vezes tem enfrentamentos por conta dos atrasos na concessão de licenças ambientais —, estudou o assunto.

— Nós nunca pedimos recursos para adaptação porque são para os países mais pobres, os mais afetados pelas mudanças climáticas, países que podem desaparecer — declarou a ministra. — Pedi para o Minc esclarecer isso. O que queremos são financiamentos para mitigação.

Minc, pela manhã, havia dado outro tom ao assunto: — Eu não disse que o Brasil não aceita a diferenciação (entre países emergentes e pobres). Abrimos mão de recursos de adaptação.

Marina Silva, que tem atraído a atenção da mídia internacional, chegou a Copenhague disposta a fazer do tema ambiental o principal assunto da agenda brasileira, uma vez que essa será a bandeira de sua possível campanha à Presidência.

Para isso, deixou claro as divergências com Dilma.

— Está causando aqui em Copenhague um certo estranhamento o isolamento do ministro Carlos Minc — disse Marina, em entrevista à radio CBN. — Quando eu era ministra, assumíamos todos os processos negociais em todas as COPs (conferências do clima) que participamos

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