quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

PMDB lulista quer retratação do presidente

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Partido espera desagravo por ideia de lista tríplice para indicar vice de Dilma

Denise Madueño, BRASÍLIA

A cúpula do PMDB espera retratação pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao mesmo tempo em que evita colocá-lo contra a parede. Peemedebistas que defendem aliança com o PT em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência, esperavam que Lula conversasse com o deputado Michel Temer (PMDB-SP), anteontem, como uma espécie de desmentido, o que não ocorreu. Temer, presidente licenciado do PMDB, é o principal cotado para vice na chapa de Dilma e um dos principais articuladores da aliança com o PT.

O motivo da crise foi declaração de Lula, na quinta-feira passada, quando sugeriu que o PMDB apresente lista tríplice com nomes de vice para escolha de Dilma. A resposta do PMDB foi dura, dizendo que cabe apenas ao partido indicar o único nome para a chapa. O episódio provocou cancelamento da reunião de hoje do grupo de trabalho eleitoral do PT e PMDB.

"Em função do ambiente, o PMDB achou melhor não fazer a reunião. Temos de trabalhar com calma. É melhor", afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "Esse desconforto não vai acabar, enquanto não tiver um esclarecimento público", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Na medida que não há conserto, ajuda os que estão contra a aliança do PMDB com o PT."

MAL-ESTAR

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), autor da nota mais dura em reação à declaração de Lula, afirmou que o PT tem feito um grande esforço para dirimir o mal-estar. "Houve reconhecimento de que não foi a melhor colocação (de Lula)." O líder lembrou que Dilma, os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Franklin Martins (Comunicação Social), além de dirigentes petistas, telefonaram para Temer na tentativa de darem explicações e colocarem panos quentes na crise.

"Em algum momento haverá uma explicação do presidente, até porque não há outro horizonte. Não dá para ser outro nome"", afirmou Henrique Alves, referindo-se à indicação de Temer para a chapa com Dilma.

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