quarta-feira, 7 de abril de 2010

Salve-se quem puder:: Ricardo Melo

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

SÃO PAULO - Deixo para os leitores as conclusões sobre a primeira reação de autoridades diante da tragédia (anunciada) no Rio de Janeiro. A semelhança com o que governantes falam quando chuvas atingem SP ou qualquer outro lugar do país não é mera coincidência.

"Nosso apelo é para que as pessoas permaneçam em casa, não saiam de casa, não levem seus filhos ao colégio". Eduardo Paes, PMDB, prefeito do Rio.

"Todas as vias importantes da cidade estão interrompidas por alagamentos. É um risco enorme para qualquer pessoa tentar atravessar alagamentos". Idem.

"Os problemas que estamos vendo são estruturais, e compete à prefeitura resolvê-los. Não adianta vir aqui e dizer que são heranças históricas". Idem.

"Eu peço para essas pessoas se retirarem. É uma loucura, é uma irresponsabilidade permanecer nesse momento. Essas pessoas estão cometendo quase um suicídio." Governador Sérgio Cabral, PMDB, sobre as áreas de risco.

"Todas as enchentes atingem mais as pessoas pobres, que moram em regiões inadequadas.

Não é mais possível permitir que as pessoas ocupem áreas irregulares. É preciso que os administradores públicos antevejam isso." Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"A única coisa que a gente pode fazer, num momento como este, é pedir a Deus que a chuva pare um pouco para as coisas melhorarem e voltarem à normalidade." Idem.

"Devido à forte chuva que atinge o Rio de Janeiro, por decisão da Presidência da República, comunicamos o cancelamento da cerimônia de inauguração de obras do PAC, no Complexo do Alemão, prevista para esta terça-feira (6), que contaria com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Saúde, José Gomes Temporão." E-mail enviado pela assessoria do Ministério da Saúde aos chefes de reportagem ontem pela manhã.

O presidente estava no Copacabana Palace.

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