segunda-feira, 2 de julho de 2012

PT quer trocar Roberto por Patrus Ananias

Depois de decidir por candidatura própria à prefeitura, aclamando o nome do atual vice, Roberto Carvalho, o Partido dos Trabalhadores tenta convencer o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome a enfrentar Marcio Lacerda (PSB). O PT trabalha ainda para tirar o PMDB da disputa em troca da vaga de vice na chapa de Patrus. O PSB nacional não vai intervir nas decisões.

PT quer Patrus e sonha com PMDB

Depois de romper com o PSB, os petistas articulam a substituição de Roberto Carvalho

Alessandra Mello e Isabella Souto

Depois de o PT municipal aprovar a candidatura própria para a Prefeitura de Belo Horizonte, a direção estadual do partido se articula para lançar o nome do ex-ministro do Desenvolvimento e Combate à Fome, Patrus Ananias, para a disputa – em substituição a Roberto Carvalho, aprovado em convenção – e ainda conquistar uma dobradinha com o PMDB. A estratégia só estará anulada se o PSB recuar em sua decisão de não se coligar com os petistas na chapa de vereadores, motivo que levou ao rompimento entre os dois partidos, que até então estavam juntos na chapa de Marcio Lacerda (PSB), que disputa a reeleição. A Executiva Estadual do PT deu um prazo até as 18h de hoje para uma resposta dos socialistas. O limite foi comunicado oficialmente ao presidente do PSB mineiro, o ex-ministro do Turismo Walfrido Mares Guia, pelo presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes.

O comando estadual petista convocou uma reunião para as 17h, uma hora antes do prazo dado ao PSB. Toda essa movimentação, segundo Lopes, tem o aval do presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP). "Dei minha palavra aos filiados do partido que o PSB se coligaria com o PT na disputa pela proporcional. Por isso foi aprovada a reedição da aliança com Lacerda. Não posso voltar atrás nela", argumentou o deputado.

O nome de Patrus é defendido pela direção estadual do partido porque ele teria mais viabilidade eleitoral – além de já ter administrado Belo Horizonte de 1993 a1996, foi ministro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2002, quando disputou uma cadeira de deputado federal, foi o mais votado, com mais de 500 mil votos. Em entrevista ao Estado de Minas, Patrus não descartou a hipótese de ser candidato. Disse apenas que passou o fim de semana fora da capital e que ainda teria que conversar com muitas pessoas antes de decidir. "É um fato novo. Tenho que ver o que aconteceu e o que está acontecendo", alegou.

Reginaldo Lopes não quis comentar a possibilidade de Patrus ser lançado no lugar de Carvalho, mas disse que, se a candidatura própria for mantida, o PT vai tentar atrair o PMDB para o lugar de vice-prefeito, retomando as conversas do início do processo eleitoral, quando o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB) tentou articular junto com alguns setores petistas uma chapa conjunta para prefeito. Quintão é oficialmente o candidato do PMDB. Hoje, PT e PMDB têm um encontro ainda sem horário definido.

Quintão não descartou a possibilidade de se unir aos petistas já no primeiro turno das eleições. "Se tiver uma candidatura viável e não houver imposições, mas critérios para a discussão, podemos conversar", afirmou o peemedebista. Mas ele ressaltou que qualquer alteração no quadro deverá ter o aval do PDT, que no sábado oficializou a indicação do ex-deputado Mário Heringer como candidato a vice-prefeito.

Apoio O vice-prefeito Roberto Carvalho, no entanto, garantiu que será candidato. Segundo ele, em conversa com Patrus há mais de um ano, o ex-ministro garantiu a ele que não teria intenção em disputar novamente a prefeitura. Ele disse ainda que recebeu na manhã de ontem um telefone de Patrus, mas segundo ele apenas para felicitá-lo pela candidatura e informar que vai participar da campanha. O vice-prefeito disse que já está conversando com outras legendas para conseguir apoio para sua chapa.

Carvalho se reúne esta manhã com a direção do PRB. Para o petista, a decisão de Lacerda de não se aliar ao PT na proporcional deixou mais uma vez claro que a grande proximidade do prefeito não é com o PT e sim com o PSDB: "Ele não cumpriu o acordo de se aliar ao PT na chapa de vereadores por pressão do senador Aécio Neves (PSDB). Isso não me espantou, pois sempre soube que ideologicamente o prefeito sempre esteve muito mais perto do Aécio do que da gente". O vice-prefeito se refere à pressão do senador tucano para que o PSB não fizesse a coligação proporcional com os petistas

FONTE: ESTADO DE MINAS

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