Para Marina, Feliciano deve ser cobrado por posições equivocadas, não religião
RECIFE - Em Pernambuco, onde colheu assinaturas em favor da criação de seu partido, o Rede Sustentabilidade, a ex-senadora Marina Silva afirmou que é um erro criticar o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), por ele ser evangélico. Segundo ela, críticas devem ser feitas devido ao "equívoco de suas posições políticas" e ao seu "despreparo". Desde que assumiu o cargo, Feliciano é alvo de protestos por ter feito declarações consideradas racistas e homofóbicas.
A ex-ministra havia falado sobre o assunto na noite de terça-feira, durante debate com estudantes da Universidade Católica de Pernambuco, quando afirmou que o parlamentar estava sendo criticado devido à sua religião.
Surpresa com a repercussão de suas declarações entre os internautas, ela voltou a falar sobre o assunto ontem.
- A crítica ao deputado não deve ser pelo fato de ele ser evangélico. A crítica deveria ser quanto ao equívoco de suas posições políticas, devido ao despreparo de não ser uma pessoa que não tem tradição na área da defesa dos direitos humanos. O presidente dessa comissão deveria ter um acúmulo de conhecimento e experiências nessa área que envolve outros temas complexos, como a questão indígena e os desaparecidos políticos - explicou Marina ontem.
- As críticas que eu faria a Feliciano seriam as mesmas que faço ao senador Blairo Maggi (PR-MT), que acaba de aprovar na Comissão de Meio Ambiente do Senado uma proposta para expandir o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia. Minha crítica não seria porque ele é empresário, mas sim por posições que não são comprometidas com a defesa do meio ambiente. Estamos combatendo o preconceito com outro preconceito (no caso do pastor) - disse a ex-senadora.
Em Pernambuco, Marina reuniu-se com o governador Eduardo Campos (PSB), que também tem planos de se candidatar à Presidência. Ela recolheu a assinatura de Campos para o projeto de criação de seu novo partido, a Rede, e reclamou do projeto de lei que tenta impor restrições a novas legendas.
Fonte: O Globo
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