domingo, 31 de agosto de 2014

Panorama Politico :: Ilimar Franco

- O Globo

A aposta
A campanha de Aécio Neves acredita que fatos novos podem recolocar o tucano no jogo. A delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e a história dos aviões que serviam a Eduardo Campos podem levar a nova reviravolta. A crença é que teriam potencial para desestabilizar a presidente Dilma e Marina Silva. A palavra de ordem é resistir, porque a eleição não será amanhã, nem a campanha, um mar de rosas.

De olho na crise
A deterioração da economia será mantida como tema central do discurso de Aécio Neves. O tucano vai continuar batendo nos erros de gestão do governo Dilma. Um dos dirigentes políticos de sua candidatura afirma que o combate à ascensão de Marina Silva não pode levar o tucano a mudar sua narrativa eleitoral. Os aliados dizem que é preciso manter a coerência, acreditando que os eleitores vão acordar. Eles consideram que a evolução da crise econômica os obrigará a refletir sobre quem levou o país a essa situação, quem é capaz de vencer as dificuldades e qual o melhor caminho a seguir. Mesmo que haja pessimismo entre os seus, os assessores do candidato garantem que Aécio está sereno. Mas já há quem defenda que se parta para o tudo ou nada.
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"O PT e o PSDB não vão ficar passivos, vendo a nova política desfilar"
Marcas Pestana
Deputado federal (PSDB-MG), sobre a vertiginosa ascensão de Marina Silva

O Nordeste segundo o DEM
O DEM apostava no crescimento de Aécio Neves no Nordeste. Mas, depois de Marina Silva entrar na disputa, seus líderes concluíram que ela entraria na região onde Eduardo Campos não conseguia entrar, fulminando o tucano.

Apoio no Congresso
A falta de apoio partidário é apontada como fragilidade de Marina Silva. O drama não é novo. O presidente Fernando Collor (foto) elegeu 50 deputados em 1990. FH, elegeu 214, mas foi atrás de novos aliados para reformar a economia. Nos seus mandatos, Lula fez bancadas de 160 deputados. Mas no mensalão teve que buscar novos aliados. A Câmara tem 513 deputados.

Governo sem maioria
Coordenador da campanha de Marina, o deputado Walter Feldman minimiza a falta de maioria parlamentar. "Já vivi isso. Fui líder do governo Covas. A Assembleia apoiou as reformas", conta. Covas (PSDB) elegeu 22 de 94 deputados.

Fonte da juventude
Aos 84 anos, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) tinha decidido não concorrer à reeleição. Com Marina Silva, ele tirou o pijama e decidiu ir à luta. A candidata já tinha recebido seu apoio no pleito de 2010 contra a presidente Dilma. Simon vai turbinar seu programa de TV com Marina. Seu time diz que a eleição caiu no colo dele.

Toque local
A equipe de Ana Amélia, candidata ao governo do Rio Grande do Sul, está usando o Whatsapp para receber sugestões para o programa de governo. Batizou o canal de "Watchêsapp", incorporando o "tchê" dos gaúchos ao nome do aplicativo.

Mambembe
A Secretaria de Aviação Civil comprou caminhões de combate a incêndio para aeroportos isolados. Alguns quase fecham por falta do item. Em Tabatinga (AM), fronteira com o Peru, o frete do caminhão levou 28 dias, entre estradas e rios.

O setor portuário (ABTP) tem 10 propostas para os presidenciáveis. Uma operação de carga depende hoje de até 26 órgãos fiscais e de 930 documentos.

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