Sérgio Roxo – O Globo
• Texto, que propõe mudanças no partido, é assinado por dois ministros de Dilma, mas não será discutido em encontro de executiva nesta quinta-feira
SÃO PAULO — A Democracia Socialista (DS), tendência petista mais à esquerda da qual fazem parte os ministros Miguel Rossetto (Secretária Geral da Presidência) e Pepe Vargas (Direitos Humanos), lançou na quarta-feira um manifesto em que reafirma críticas já apresentadas no Congresso do PT, no começo de mês em Salvador, ao governo, com ataques direto ao ministro Joaquim Levy (Fazenda) e à aliança com o PMDB.
O grupo propõe ainda a realização no final do ano da "Conferência Muda PT" para "propor uma plataforma de atualização política e de renovação do partido a ser caminho para a sua direção". A corrente Democracia Socialista faz parte da chapa Mensagem, segundo maior do PT, com cerca de 20% de representantes no Diretório Nacional.
De acordo com Carlos Árabe, secretário de formação política do PT e integrante da DS, o manifesto não é uma proposta para ser apresentada para a Executiva da legenda, que se reúne nesta quinta-feira em São Paulo.
— É uma proposta para mudar a direção. Perdemos no Congresso, mas entendemos que há democracia interna para discutir de forma clara, de forma não desgastante, as mudanças no PT e queremos buscar a maioria - disse Árabe.
No documento, a DS avalia que a manutenção da aliança com o PMDB e a política econômica comandada por Levy representam para o PT "o risco de uma derrota eleitoral de largo alcance em 2016 no contexto da maior crise de identidade de sua história".
No começo da semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas duras ao partido e defendeu a necessidade uma revolução no PT.
— Seria melhor se ele (Lula) tivesse apresentado isso no Congresso do PT. Temos que compreender ainda a colocação dele - respondeu, ao ser questionado se as críticas da DS eram convergentes com o discurso de Lula.
O documento provocou reações no grupo que comanda a legenda, a CNB.
— Eles acham que o Congresso não acabou — afirma Jorge Coelho, um dos vice-presidentes do PT e representante da CNB
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