Operador prestou depoimento à PF
Procurador-geral da República, Janot vai apresentar peça ao STF com acusações ao presidente no inquérito sobre corrupção e obstrução de Justiça
A denúncia contra o presidente Temer, que responde a inquérito no STF por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça, deve ser reforçada pelo depoimento do doleiro Lúcio Funaro, homem de confiança de Eduardo Cunha e preso pela Lava-Jato. À PF, o operador contou que Geddel Vieira Lima procurou sua mulher para descobrir a real intenção de fazer delação premiada.
A crise depois do TSE
Temer escapa da cassação, mas segue emparedado por investigações da Lava-Jato
- O Globo
Disposto a chegar a dezembro de 2018 à frente do governo federal, o presidente Michel Temer desarmou a bomba da cassação de seu mandato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, agora, ainda em campo minado, terá que atuar em várias frentes para tentar escapar das crises de cada dia. São muitas. O primeiro desafio será reagrupar a base aliada para garantir um núcleo de apoio que impeça a continuidade da denúncia criminal que a Procuradoria-Geral da República deve fazer contra ele em até 10 dias.
Desde o fim da semana, o governo se concentra em conter a debandada do PSDB, cuja Executiva deve se reunir amanhã para decidir se mantém ou não a aliança. O Planalto acredita que ainda pode manter parte do apoio tucano, apesar das inúmeras denúncias que pesam sobre o presidente. Para governistas, basta que os ministros do PSDB mantenham seus cargos para que Temer obtenha os votos suficientes no Congresso para rejeitar uma denúncia criminal.
Na segunda parte do plano, o Planalto pretende mostrar capacidade de reação e aprovar as reformas trabalhista e da Previdência; blindar a equipe econômica do fogo cerrado; e se esquivar das revelações de delatores, que já falaram ou que negociam a redução de suas penas.
Não será tarefa fácil. A Procuradoria-Geral da República deverá incluir na denúncia contra o presidente e o ex-assessor Rocha Loures, preso na Papuda, trechos do depoimento que o operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro prestou, há duas semanas, à Polícia Federal.
Ao ser interrogado por um dos delegados do caso, Funaro contou que o ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos principais aliados de Temer, vinha fazendo sondagens sobre a disposição dele para fazer acordo de delação. Não à toa, o Planalto já pensa em atuar diretamente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, trocando nomes para garantir que o colegiado dê um parecer contrário à aceitação dessa denúncia — e, claro, dos vários pedidos de impeachment que já chegaram à Câmara.
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