- Blog do Noblat
Caiu a ficha dele
Há mais de 100 dias, quando se entregou à Polícia Federal, Lula foi para o cárcere de Curitiba com duas certezas: não ficaria preso por muito tempo, e ainda teria chances de disputar a sucessão do presidente Michel Temer. Havia advogados que diziam para ele que isso seria possível, embora outros mais realistas pensassem o contrário, mas preferissem se calar.
A liberdade tão esperada por Lula não veio, e tão cedo virá ao que tudo indica. Todos os recursos impetrados pela defesa de Lula para soltá-lo foram derrotados nos tribunais superiores. Salvo o inesperado, a Justiça Eleitoral negará em prazo relativamente curto o pedido de registro da candidatura dele a ser apresentado até o próximo dia 15.
A ficha de Lula finalmente caiu. Foi por isso que nas últimas horas ele tomou decisões que dão uma ideia do seu estado de desespero. Mandou rifar em Pernambuco a candidatura de Marília Arraes (PT) ao governo do Estado. Para em seguida oferecer ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) o que ele pedia e o que nem imaginava pedir para deixar de apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PDT).
Os advogados de Lula, ontem, o aconselharam a escolher seu vice para que a chapa chegasse pronta à convenção do PT marcada para logo mais. É o que manda recente resolução do Tribunal Superior Eleitoral. Lula recusou o conselho. O vice, seja qual for, só será escolhido a poucas horas do fim do prazo para o pedido de registro da sua candidatura.
Manuela d’Ávilla, candidata a presidente pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), Fernando Hadadd ou Jaques Wagner, ambos do PT, e quem mais possa vir a ser vice de Lula terão que se conformar com a espera. Lula sabe que tão logo se anuncie quem será seu vice, ele começará a sair de cena. Todos os holofotes se voltarão para o vice no pressuposto de que ele será de fato o candidato do PT.
É tudo o que Lula não quer – perder o protagonismo dentro do PT e da esquerda, perder espaço na mídia, sentir-se, enfim, cada vez mais só. Ele tudo fará para que isso não aconteça, não importa o preço que possa custar ao PT e aos seus antigos aliados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário