Ministro
da Saúde questionou angústia pela chegada da vacina contra Covid-19
O
ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que não entende xongas de saúde, não deve
fazer ideia de que quatro em cada dez brasileiros tem experimentado algum nível
de ansiedade por causa da pandemia. Entre 16 países, somos o que mais sofre,
segundo pesquisa da Ipsos.
Talvez esses dados iluminem o titular da pasta que, ao ser questionado sobre detalhes do “plano de imunização” do governo, minimizou a complexidade de proteger 200 milhões de pessoas. “Para que essa ansiedade, essa angústia?” Segundo Pazuello, temos o maior programa de imunização do mundo e somos os maiores fabricantes de vacina da América Latina. Ok, conte agora uma novidade. Que dia começa a vacinação?
Ele
diz que pode começar em dezembro.
Muda para janeiro. Março. A última notícia é de que será em fevereiro. Depois
da divulgação do “plano” ficou claro que o único projeto que o governo tem é de
extermínio. Não tem plano. O brasileiro que não entrou em negação, se não
morrer de Covid, sucumbe ao pânico. Mas o ministro tranquilão não entende por
que estamos ansiosos.
Temos
mais de 180 mil mortes pela Covid-19. O Brasil está
perto de voltar a enterrar mil pessoas todos os dias. Os
hospitais estão lotados. Os casos estão explodindo em cidades sem UTI. Para que
angústia?
E
ainda tem Jair Bolsonaro. Ele tem dado declarações com sinal trocado. No
lançamento do “plano” falou sobre a importância de “união para buscar a solução
de algo que nos aflige há meses”, um dia depois de ter conspirado sobre a
segurança da vacina e de ter dito que
não vai tomá-la. O resultado é o aumento da desconfiança na
população. Mas pra que ficar ansioso?
Milhares de pessoas passarão as festas de dezembro, assim como já ficaram o ano todo, longe dos seus. Perdemos familiares, amigos, emprego, esperança, mas Pazuello não sabe por que estamos ansiosos por uma bendita vacina.
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