Presidente
quer generais como milícia contra governadores que decretam lockdown
O
único plano do governo Jair Bolsonaro parece ser a ampliação da tragédia da
pandemia. O presidente trocou o comando das Forças Armadas porque quer que elas
funcionem como uma milícia contra governadores que decretaram medidas para
conter o vírus. para manter o morticínio desenfreado.Inventou uma
crise com os militares
Bolsonaro meteu generais numa briga política que só interessa ao Planalto. No início de março, ele disse que "o meu Exército não vai para a rua para obrigar o povo a ficar em casa". Depois, declarou que seus apoiadores podem contar com as Forças Armadas contra governantes que ele chamou de "tiranetes ou tiranos".
Tudo indica que o presidente gostaria de explorar a farda dos militares para demonstrar força nesse embate. Segundo aliados dos chefes demissionários das Forças Armadas, Bolsonaro cobrava deles manifestações públicas contra os autores de lockdowns e outras restrições.
De
saída, os comandantes fizeram circular a versão de que se recusaram a
acompanhar o que o presidente já chamou de "ação dura" do governo
federal contra os governadores. Resta saber como seus sucessores vão se
comportar diante da obsessão bolsonarista pelo uso das Forças Armadas como suas
tropas particulares nesse conflito.
De
qualquer maneira, a substituição de toda a cúpula militar de uma só vez já
produziu alguns dos efeitos desejados pelo presidente. Com o movimento,
Bolsonaro cobrou publicamente das Forças Armadas e tentou intimidar seus
rivais. Mais uma vez, ele imitou o som de tanques e rosnou para seus
adversários políticos.submissão a
seus comandos
Em busca de prestígio, as Forças Armadas aceitaram integrar a experiência bolsonarista no poder. Tornaram-se, na verdade, parte indissociável do desastre produzido pelo presidente. Se os militares guardam rancor pelo sucateamento dos anos FHC e pelas investigações da era petista sobre os crimes da ditadura, o que sentirão sobre a humilhação a que se submeteram com Bolsonaro?
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