Nossa democracia experimenta o mais longo período de existência em toda a história do Brasil. São trinta e sete anos. A democracia brasileira contemporânea tem suas raízes na resistência democrática, na luta pela Anistia, na Campanha das Diretas, na vitória de Tancredo e na Constituição de 1988. Um dos mais belos discursos pronunciados no Congresso certamente foi o de Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, em 5 de outubro de 1988, na promulgação da nova Constituição, cheia de ensinamentos úteis para o grave momento que vivemos. As novas gerações deveriam resgata-lo e lerem com atenção cada linha.
Disse Ulysses: “A Constituição certamente
não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela,
discordar, sim. Descumprir, jamais. Afronta-la, nunca. Traidor da Constituição
é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição,
trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas
para a cadeia, o exílio, o cemitério. A persistência da Constituição é a
sobrevivência da Democracia. Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios,
promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por
imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a
tirania”.
As coisas não vão bem. A democracia voltou
a ser ameaçada. A polarização radical e estéril não nos levará a bom porto. Se
as coisas não vão bem, na abertura das comemorações dos 200 anos da
Independência, é hora de começar a pensar um novo rumo para o Brasil.
É em função disso, que os partidos
políticos CIDADANIA, DEM, MDB e PSDB se uniram, através de suas fundações e
institutos de estudos e pesquisas, para promover, de 15 a 27 de setembro, o
seminário NOVO RUMO, sempre às 18:30, que você poderá assistir no site www.seminarionovorumo.com.br,
que discutirá os temas que realmente interessam à população. Ex-presidentes da
República, ex-ministros, especialistas debaterão o futuro do país.
A mesa de abertura será na quarta-feira,
dia 15 de setembro, com o tema central neste momento “Crise Institucional e
Democracia”, com a participação do ex-ministro e ex-presidente do STF, Nelson
Jobim e dos ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer
e Jose Sarney.
Tenho convicção que a maioria do povo
brasileiro não aposta na radicalização e no confronto e sim no diálogo. Vamos
juntos pavimentar os caminhos para o Brasil superar a presente crise e
construir seu novo rumo.
*Marcus Pestana, ex-deputado federal (PSDB-MG)
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