quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Bernardo Mello Franco - O circo de Marçal

O Globo

A eleição de São Paulo foi chacoalhada por um personagem novo e barulhento. Candidato pelo nanico PRTB, Pablo Marçal tumultuou os debates e obrigou as chapas favoritas a reverem suas estratégias. O coach entrou em cena no papel de franco-atirador. Apostando na baixaria, atropelou regras, disparou acusações sem provas e provocou os adversários até tirá-los do sério.

Marçal avacalhou os debates com um objetivo claro: fabricar cenas de confronto para a internet. Editadas em vídeos curtos, as imagens viralizaram nas redes sociais, onde ele se apresenta como “servo do povo” e coleciona milhões de seguidores.

O bolsonarista ficou rico vendendo cursos e livros de autoajuda financeira. “O sucesso está esperando por você”, afirma, em texto que promete ensinar os “segredos da prosperidade”. Ao menos para o coach, o blablablá já se mostrou eficaz. Ao registrar a candidatura a prefeito, ele declarou patrimônio de R$ 193 milhões.

Na segunda-feira, Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e José Luiz Datena faltaram ao debate da revista Veja. Em protesto contra os golpes de Marçal, fizeram um pacto para esvaziar o ringue. O nanico compareceu, mas se recusou a responder às perguntas. Preferiu usar o tempo para ler propostas redigidas por assessores.

Com fama de partido de aluguel, o PRTB já abrigou figuras como o ex-presidente Fernando Collor e o general Hamilton Mourão. O fundador da sigla, Levy Fidelix, notabilizou-se pelo bigode frondoso e pela obsessão com o aerotrem. Seu herdeiro promete construir um teleférico e erguer o prédio mais alto do mundo, como se o problema da capital paulista fosse a ausência de arranha-céus.

O fenômeno Marçal é um novo sintoma da degradação da política, que passou a replicar o pior das redes sociais. Há dois anos, ele recebeu 243 mil votos para deputado, mas teve a candidatura cassada por irregularidades no registro. Agora os grandes partidos torcem para que a Justiça Eleitoral volte a tirá-lo do jogo. Motivos não faltam, mas parece temerário terceirizar o embate para os tribunais.

Não deveria ser tão difícil desmontar o circo armado pelo coach. Sem preparo e sem propostas, ele ainda ostenta uma folha corrida notável. Entre outros rolos, já foi condenado e preso por integrar uma quadrilha que invadia computadores para limpar contas bancárias.

 

5 comentários:

Anônimo disse...

Fala-se que o Marçal veio sem proposta e é uma pessoa desqualificada, mas ninguém critica o Boulos, um candidato comunista, que fez carreira no movimento dos sem-teto , invadindo propriedades particulares, disparando mentiras a torto e à direita , sem o menor constrangimento é um candidato que não vai trazer nada de bom pra São Paulo, só desordem e a degradação
Nisso ninguém fala, ele já foi preso três vezes por incitar e invadir a propriedades particulares e públicas Eles sim é um candidato marginal que o povo de São Paulo saberá dizer não

Daniel disse...

Jair Bolsonaro, antes de ser o GENOCIDA golpista, representava e propunha a Nova Política! Técnicos competentes seriam os seus ministros... Terminou com militares golpistas sendo os principais auxiliares.
Marçal representa a NOVÍSSIMA Política! Criminosos da sua quadrilha serão os seus secretários municipais...

Anônimo disse...

Jair Bolsonaro nem candidato a prefeito é você falou falou e não falou no comunista Boulos invasor de terra e de apartamentos
Pablo Marçal veio para acabar com o circo da demagogia e no teatro das aparências onde todos os políticos no final querem se dar bem as custas do dinheiro público Ele vai fazer uma revolução na prefeitura, vai mostrar o que é administrar em prol de uma população tão carente e abandonada com a paulista que vive nas periferias, verdadeiros campos de concentração, como próprio Pablo Marçal fala , casas de madeira e de lata, esgoto a céu aberto, enquanto a prefeitura é a mais rica da América Latina

ADEMAR AMANCIO disse...

O debate dos candidatos de São Paulo virou um circo de horrores.

Daniel disse...

Marçal consegue o feito de ser PIOR que Bolsonaro...