O Estado de S. Paulo
A reunião promovida ontem pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) com a cúpula da Câmara e do Senado e ministros do
governo Lula está longe de selar a harmonia entre os Poderes diante da crise.
As fotos de homens engravatados sorridentes, em sofás de couro preto, não
refletem o que ocorre nos bastidores.
A certa altura do encontro para discutir o
futuro das emendas parlamentares, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, expôs a
contrariedade com o avanço do Congresso sobre o Orçamento. “Do jeito que está,
daqui a pouco o Congresso vai ficar com 100% das discricionárias”, disse ele,
numa referência às despesas não obrigatórias, que o governo pode decidir como e
quando gastar.
Foi então que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PPAL), deu uma alfinetada em Costa. “E os ministros da Agricultura e das Cidades, que enviaram metade dos recursos das emendas para os seus próprios Estados?”, perguntou o deputado, em alusão aos ministros Carlos Fávaro (PSD) e Jader Filho (MDB). O clima esquentou, mas não houve bate-boca.
Antes, na quinta-feira, oito ministros do STF
tiveram um encontro a portas fechadas para construir estratégias destinadas à
votação no plenário, no dia seguinte, e à reunião de ontem.
A proposta da Casa Civil era acabar com as
emendas de comissão, nas quais os padrinhos não são identificados. Um dos
magistrados disse ali que, se isso ocorresse, o governo “perderia
governabilidade” no Congresso. Lira sempre foi contra o fim das emendas de
comissão. Na Câmara, é ele que controla a distribuição dessa verba para os
redutos eleitorais de aliados.
Outro ministro do STF observou então que, se
o presidente Lula achava ruim a Câmara com Lira, não tinha ideia do que
aconteceria se o deputado não tivesse domínio de sua própria base, o Centrão.
Naquele dia, que antecedeu o julgamento da
liminar dada por Flávio Dino, os magistrados decidiram manter as restrições
definidas pelo colega ao pagamento das emendas, para mostrar unidade da Corte.
Combinaram, porém, que, logo depois, fariam um aceno na direção do Congresso.
E assim foi feito. Apesar disso, no encontro
de ontem, Lira manifestou sua irritação. “O que é que nós estamos fazendo para
impedir o governo de implementar suas políticas públicas? A Câmara aprovou
tudo, até a reforma tributária”, afirmou.
Consta que, quando era deputado federal,
Tancredo Neves dizia: “Peça qualquer coisa para um político, menos o seu
suicídio”. Ao que tudo indica, o STF e o Planalto viram que, se esticassem
muito a corda, receberiam o troco lá na frente. E tiraram o bode da sala. •
3 comentários:
Mais uma vez a grande mídia e o seu jornalistas de esquerda optaram por ignorar o fato das revelações das conversações do gabinete do ódio instalado por Morais não é STF para perseguir seus opositores , mesmo sem nenhum processo e nenhuma acusação formal , tudo clandestino às escondidas , é uma calamidade que estamos vivendo A nossa democracia está ferida de morte e para o jornalismo Chapa Branca o problema é só esse dinheiro que está lá no Congresso sendo negociado, é o velho mensalão repaginado para controlar os votos dos deputados, dinheiro na veia
Com isso querem que o povo esqueça desse escândalo em que mostrou entranha do gabinete paralelo que funciona para perseguir os desafetos do Alexandre de Moraes
O papagaio bolsonarista acima surtou! O Gabinete do Ódio era a sala que ficava junto do gabinete de Bolsonaro no Palácio do Planalto, sala onde trabalhavam servidores contratados pelo GENOCIDA como seus ASSESSORES exclusivamente pra atacar seus adversários e MENTIR descaradamente sobre os fatos da pandemia, prejudicando a Saúde Pública do país e favorecendo o aumento de mortes pela Covid.
Parece que tem um rolo envolvendo esse Rui Costa no caso da compra de uma fazenda cuja propriedade foi colocada em nome de uma aliada política e, cereja do bolo, também parece que a região da tal fazenda foi contemplada com a transferência de verbas do PAC.
Confere produção?
😏😏😏
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