RIO DE JANEIRO - Após os escândalos das passagens, numa entrevista à revista "Época", previ que o Congresso caminhava para um grande desastre. De um lado, o avanço inevitável da transparência; de outro, um arranjo institucional que não sobrevive a ela. E dirigido por líderes com experiência de imprensa regional, quase sempre de sua propriedade.
A vitória de Sarney, articulada por Renan Calheiros, iria marcar o fim de uma época, na qual, durante alguns anos, eles reinaram. Um velho e experiente funcionário do Senado me diz agora que essa análise é precária. E chama atenção para o que houve no espaço interno, burocrático.
No principio, eram 300 funcionários. Abria-se uma sessão às 13h, que era encerrada às 14h. E começava uma sessão extraordinária. Todos tinham direito a uma gratificação e subiam para receber o seu dinheiro em espécie.
Este processo dispendioso não foi combatido pelos senadores. Ao longo do tempo, fizeram milhares de novas indicações. Assim criou-se uma miríade de novas possibilidades de aumentar a renda. O que era um sistema de um grupo virou um processo de massas com 7.000 funcionários, número muito superior às necessidades. Portanto, o problema não são apenas os senadores, ou apenas os funcionários, mas o tipo de aliança que construíram.
Como desatar esse nó num jogo tenso, com tantas denúncias? A transparência em si apenas revela e intensifica a crise. Para que seja vencida, é preciso uma ação articulada, ainda que levada pela minoria. Numa batalha dessa dimensão, quase ninguém sairá ileso. Mas os ferimentos, certamente, compensarão o serviço que se presta ao país.
A tarefa existe. Não há santos? Que a realizem os pecadores. A história registra vários casos.
Daí um discreto otimismo, mesmo com a inferioridade numérica.
A vitória de Sarney, articulada por Renan Calheiros, iria marcar o fim de uma época, na qual, durante alguns anos, eles reinaram. Um velho e experiente funcionário do Senado me diz agora que essa análise é precária. E chama atenção para o que houve no espaço interno, burocrático.
No principio, eram 300 funcionários. Abria-se uma sessão às 13h, que era encerrada às 14h. E começava uma sessão extraordinária. Todos tinham direito a uma gratificação e subiam para receber o seu dinheiro em espécie.
Este processo dispendioso não foi combatido pelos senadores. Ao longo do tempo, fizeram milhares de novas indicações. Assim criou-se uma miríade de novas possibilidades de aumentar a renda. O que era um sistema de um grupo virou um processo de massas com 7.000 funcionários, número muito superior às necessidades. Portanto, o problema não são apenas os senadores, ou apenas os funcionários, mas o tipo de aliança que construíram.
Como desatar esse nó num jogo tenso, com tantas denúncias? A transparência em si apenas revela e intensifica a crise. Para que seja vencida, é preciso uma ação articulada, ainda que levada pela minoria. Numa batalha dessa dimensão, quase ninguém sairá ileso. Mas os ferimentos, certamente, compensarão o serviço que se presta ao país.
A tarefa existe. Não há santos? Que a realizem os pecadores. A história registra vários casos.
Daí um discreto otimismo, mesmo com a inferioridade numérica.
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