domingo, 2 de agosto de 2009

Lula: urros e berros em vez de respeito à divergência

Editorial
Direção Nacional do PPS

DEU NO PORTAL DO PPS


O presidente da República tem, por dever, em uma democracia, tratar com respeito a divergência. Críticas, afinal, são pontos de vista diversos que coexitem num mesmo ambiente político. Podem vir dos amigos ou dos adversários.

Entretanto, o presidente Lula tem se caracterizado pela falta de respeito para com aqueles que com ele não concordam, comportamento que não condiz com o cargo que ocupa em um estado democrático dentro do qual vivemos. A exacerbação do discurso presidencial tornou-se cada vez mais a regra, e os xingamentos tomaram o lugar do debate saudável que torna o regime democrático o melhor dos regimes políticos, justamente pela diversidade de idéias.

Na última sexta-feira, Lula não fugiu ao figurino que tem se tornado comum em países latino-americanos cujos chefes de Estado se julgam donos da verdade, do poder e das leis. Dono do baraço e do cutelo, no linguajar dos coronéis do Nordeste.

Em discurso bem ao estilo demagogo que já faz parte de sua figura pública, xingou de ignorantes e imbecis todos aqueles que criticam o Bolsa Família, como se o programa estivesse acima da avaliação dos brasileiros e fosse proibido criticá-lo – tal qual o presidente já dissera que estava o presidente do Senado, José Sarney, acima das leis a que está sujeito o cidadão comum.

Está claro que Lula perdeu completamente a compostura. Do ponto de vista ético, vale ressaltar, já a perdera faz muito tempo. É urgente que o presidente retome a sanidade no trato com a política para que possamos prosseguir na democracia e evitar guinadas a la chavismo com gritos, urros, berros das declarações presidenciais quando ele se vê insatisfeito com a opinião alheia.

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