DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Algum amigo do peito deveria presentear José Serra com um despertador. Talvez um modelo imitando o som da vuvuzela, para entrar no clima. Eram 11h42 quando o candidato tucano à Presidência entrou no palco da sabatina Folha/UOL, evento com transmissão ao vivo marcado para as 11h.
Esperavam-no sentados na primeira fila, à frente da plateia que lotava o teatro, Gilberto Kassab, Geraldo Alckmin, Orestes Quércia, Aloysio Nunes Ferreira, entre tantos outros. Não é fácil descrever a cena, mas todos ali pareciam seus empregados. Serra chegou sério, sem dizer bom dia nem pedir desculpas pelos 42 minutos de atraso.
Ele viria se retratar apenas no final do evento, duas horas mais tarde, depois de ser questionado sobre a razão de viver assim, sempre de mal com o relógio: "Eu detesto me atrasar. Eu sofro também, até mais do que as pessoas que esperam", disse, como se fosse o coelho da Alice. Os psicanalistas talvez se interessem por tanta e sincera aflição.
Serra chegou tarde, mas compareceu à sabatina. Dilma Rousseff, sua principal adversária, fugiu do compromisso que havia assumido. É muito mais sério. A petista tem evitado sistematicamente as situações de exposição e de confronto. Em público, só com papel na frente ou de braço dado com Lula -de preferência, as duas coisas juntas.
Agora, em seu giro europeu, armado às pressas e só explicável pela determinação de tirá-la de circulação, Dilma acabou posando de estadista antes do tempo. Em Paris, se hospedou num hotel de grã-fino nos Champs-Elysées e reclamou do assédio dos jornalistas. Mas não sabia bem o que dizer aos repórteres em Bruxelas, após encontro pouco amigável com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Dilma vem sendo tratada no PT como um bibelô que deve ser preservado do mundo. Vive hoje numa espécie de redoma, e sua figura vai ficando marcada, inclusive fisicamente, pelo artificialismo. É uma aposta de risco. Que pode vingar.
Algum amigo do peito deveria presentear José Serra com um despertador. Talvez um modelo imitando o som da vuvuzela, para entrar no clima. Eram 11h42 quando o candidato tucano à Presidência entrou no palco da sabatina Folha/UOL, evento com transmissão ao vivo marcado para as 11h.
Esperavam-no sentados na primeira fila, à frente da plateia que lotava o teatro, Gilberto Kassab, Geraldo Alckmin, Orestes Quércia, Aloysio Nunes Ferreira, entre tantos outros. Não é fácil descrever a cena, mas todos ali pareciam seus empregados. Serra chegou sério, sem dizer bom dia nem pedir desculpas pelos 42 minutos de atraso.
Ele viria se retratar apenas no final do evento, duas horas mais tarde, depois de ser questionado sobre a razão de viver assim, sempre de mal com o relógio: "Eu detesto me atrasar. Eu sofro também, até mais do que as pessoas que esperam", disse, como se fosse o coelho da Alice. Os psicanalistas talvez se interessem por tanta e sincera aflição.
Serra chegou tarde, mas compareceu à sabatina. Dilma Rousseff, sua principal adversária, fugiu do compromisso que havia assumido. É muito mais sério. A petista tem evitado sistematicamente as situações de exposição e de confronto. Em público, só com papel na frente ou de braço dado com Lula -de preferência, as duas coisas juntas.
Agora, em seu giro europeu, armado às pressas e só explicável pela determinação de tirá-la de circulação, Dilma acabou posando de estadista antes do tempo. Em Paris, se hospedou num hotel de grã-fino nos Champs-Elysées e reclamou do assédio dos jornalistas. Mas não sabia bem o que dizer aos repórteres em Bruxelas, após encontro pouco amigável com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Dilma vem sendo tratada no PT como um bibelô que deve ser preservado do mundo. Vive hoje numa espécie de redoma, e sua figura vai ficando marcada, inclusive fisicamente, pelo artificialismo. É uma aposta de risco. Que pode vingar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário