“ Na sucessão presidencial que se avizinha temos conhecido apenas dois tempos: o do passado e o do presente, pois o do futuro, a valer a retórica dominante, que não parece temer a ira dos deuses, deve ser contínuo a este que temos aí, sujeito, é claro, a aperfeiçoamentos. No presente já se poderia contar com a solução feliz de impasses históricos que antes dramatizavam a política brasileira: o mundo agrário, um velho celeiro de conflitos, estaria domesticado pela emergência do agronegócio e da difusão das relações capitalistas no campo; e, por toda parte, a lógica dos conflitos se confinaria ao terreno da simples disputa por interesses. Dessa forma, combater as desigualdades sociais não mais importaria em trazer à cena o tema da exploração, ressalvadas as questões-limite como a do trabalho escravo. No mais, essa seria uma questão a ser remetida para o terreno das políticas públicas. “
(Luiz Werneck Vianna, no artigo, “Efeito Marina”, segunda-feira (14/6/2010), Valor Econômico)
Nenhum comentário:
Postar um comentário