DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Em discurso no lançamento de sua candidatura, tucano deve enfatizar a importância da ética, sem citar casos
Em discurso no lançamento de sua candidatura, tucano deve enfatizar a importância da ética, sem citar casos
Presidenciável chega à convenção sem escolher candidato que será o vice em sua chapa; PP desencoraja assédio
DOS ENVIADOS A SALVADOR
Em mais um confronto com o PT, partido da adversária Dilma Rousseff, o tucano José Serra insistirá na exaltação de valores e princípios éticos hoje no lançamento oficial da candidatura à Presidência da República.
Segundo interlocutores, Serra enfatizará a importância do respeito à democracia, numa tentativa de colar no PT a imagem de descaso com as instituições democráticas.
Em meio às denúncias de produção de dossiês contra o PSDB, o discurso deverá endossar a estratégia de associar Dilma ao sectarismo. Mas, na intenção de ser atemporal, não deverá citar casos pontuais nem nomes.
Disposto a humanizar o discurso, Serra contará mais uma vez sua trajetória, a origem humilde na Mooca, para oferecer o currículo ao PSDB.
A intenção é se apresentar como capaz de garantir desenvolvimento. Numa fala voltada ao Nordeste -região onde vai pior, nas pesquisas- o candidato condenará o desequilíbrio regional.
O discurso deverá se inspirar no que fez na sua despedida do governo, ao pregar a honra e o caráter na política, mas incluir dados biográficos e promessas de investimentos, especialmente em projetos de infraestrutura.
A pedido de Serra, seus principais colaboradores levantaram números que amparem a tese de que a falta de infraestrutura emperra o crescimento contínuo da economia brasileira.A essência do raciocínio é que a alta taxa de juros é uma consequência, adotada para desacelerar a economia e evitar a volta da inflação.
Ao relatar sua biografia, Serra reforçará o discurso de que foi incentivador dos fundos de desenvolvimento regional, além de medidas como grandes obras hídricas no Nordeste. A ideia é tornar mais nacional a imagem do ex-governador paulista.
Uma das prioridades de sua campanha, o combate às drogas também deverá ser abordado no discurso.
Depois de citar Guimarães Rosa ao deixar o governo, Serra deverá recorrer a um autor baiano na sua fala.
Para evitar ataques violentos a Lula e Dilma no reduto adversário, o tucano sugeriu que fosse reduzido o número de aliados escalados para discursar no evento. O tempo dos demais discursos também deverá ser menor. São esperadas 4.000 pessoas.
SEM VICE
Ainda ontem à noite, Serra se dedicava à redação do discurso, programado para a tarde de hoje em Salvador.
No evento, num clube da capital baiana, cerca de 600 delegados votarão três pontos: indicação de Serra como candidato do partido, autorização para a Executiva escolher o vice; e autorização para se coligar com outras siglas, além das atuais aliadas.
Os pontos são uma demonstração de que o PSDB, apesar de desencorajado pelo comando do partido, ainda torce por uma aliança com o PP. Ao deixar as portas abertas, os tucanos, ao menos, tentam impedir que o PP se alie formalmente a Dilma.
O próprio comando do PP informou ao PSDB as dificuldades de consolidação de aliança. Com isso, cresce a chance de uma alternativa caseira para a vice, como a escolha de Álvaro Dias (PR).
(CATIA SEABRA, BRENO COSTA e SILVIO NAVARRO)
Em mais um confronto com o PT, partido da adversária Dilma Rousseff, o tucano José Serra insistirá na exaltação de valores e princípios éticos hoje no lançamento oficial da candidatura à Presidência da República.
Segundo interlocutores, Serra enfatizará a importância do respeito à democracia, numa tentativa de colar no PT a imagem de descaso com as instituições democráticas.
Em meio às denúncias de produção de dossiês contra o PSDB, o discurso deverá endossar a estratégia de associar Dilma ao sectarismo. Mas, na intenção de ser atemporal, não deverá citar casos pontuais nem nomes.
Disposto a humanizar o discurso, Serra contará mais uma vez sua trajetória, a origem humilde na Mooca, para oferecer o currículo ao PSDB.
A intenção é se apresentar como capaz de garantir desenvolvimento. Numa fala voltada ao Nordeste -região onde vai pior, nas pesquisas- o candidato condenará o desequilíbrio regional.
O discurso deverá se inspirar no que fez na sua despedida do governo, ao pregar a honra e o caráter na política, mas incluir dados biográficos e promessas de investimentos, especialmente em projetos de infraestrutura.
A pedido de Serra, seus principais colaboradores levantaram números que amparem a tese de que a falta de infraestrutura emperra o crescimento contínuo da economia brasileira.A essência do raciocínio é que a alta taxa de juros é uma consequência, adotada para desacelerar a economia e evitar a volta da inflação.
Ao relatar sua biografia, Serra reforçará o discurso de que foi incentivador dos fundos de desenvolvimento regional, além de medidas como grandes obras hídricas no Nordeste. A ideia é tornar mais nacional a imagem do ex-governador paulista.
Uma das prioridades de sua campanha, o combate às drogas também deverá ser abordado no discurso.
Depois de citar Guimarães Rosa ao deixar o governo, Serra deverá recorrer a um autor baiano na sua fala.
Para evitar ataques violentos a Lula e Dilma no reduto adversário, o tucano sugeriu que fosse reduzido o número de aliados escalados para discursar no evento. O tempo dos demais discursos também deverá ser menor. São esperadas 4.000 pessoas.
SEM VICE
Ainda ontem à noite, Serra se dedicava à redação do discurso, programado para a tarde de hoje em Salvador.
No evento, num clube da capital baiana, cerca de 600 delegados votarão três pontos: indicação de Serra como candidato do partido, autorização para a Executiva escolher o vice; e autorização para se coligar com outras siglas, além das atuais aliadas.
Os pontos são uma demonstração de que o PSDB, apesar de desencorajado pelo comando do partido, ainda torce por uma aliança com o PP. Ao deixar as portas abertas, os tucanos, ao menos, tentam impedir que o PP se alie formalmente a Dilma.
O próprio comando do PP informou ao PSDB as dificuldades de consolidação de aliança. Com isso, cresce a chance de uma alternativa caseira para a vice, como a escolha de Álvaro Dias (PR).
(CATIA SEABRA, BRENO COSTA e SILVIO NAVARRO)
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