DEU NO CORREIO BRAZILIENSE
Governistas
A viga mestra do governo Dilma é a aliança entre os dois maiores partidos do país: o PT e o PMDB. A montagem do governo, independentemente de eventuais insatisfações, reflete essa aliança. Do ponto de vista eleitoral, as duas forças foram decisivas para a vitória. Como será o desempenho de ambas na hora de garantir a governabilidade? A resposta virá na eleição da Mesa da Câmara. A candidatura do deputado petista Marco Maia (foto) não empolga os demais aliados da base governista, mas tem o apoio dos principais partidos de oposição, o PSDB e o DEM.
A hora da estrela
Dilma Rousseff assume a Presidência da República hoje como protagonista de uma revolução de gênero, a ascensão das mulheres ao mais alto cargo político do país. Realizou a dupla proeza de chegar ao poder sem jamais exercer um cargo eletivo e superar todos os preconceitos que surgiram no seu caminho. Isso não seria possível sem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu partido, o PT, de cujo núcleo histórico não faz parte. Mas Dilma cumpriu a sua parte. É a nova estrela política que brilha.
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Com um passado de militante revolucionária — participou de uma organização que aderiu à luta armada contra o regime militar, razão pela qual foi presa, torturada e cumpriu três anos de cadeia —, assume o poder como uma esfinge. Desde a eleição, recolheu-se à Granja do Torto, evitou declarações e entrevistas.
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Ninguém ainda sabe o que Dilma Rousseff pretende fazer em relação a temas como a reforma política, o desajuste fiscal, a crise da Previdência, o desequilíbrio cambial e as relações com os Estados Unidos e a China, que estão na ordem do dia. Não promoverá uma ruptura com a política de Lula, mas novas metas precisam ser anunciadas. A Nação aguarda seu discurso de posse para saber das novidades.
Economia
Recrudesceram as críticas ao desempenho fiscal do governo. O resumo da ópera: a União arrecadou 28% mais do que o previsto, executou apenas 26% dos investimentos programados e terminou o ano tentando driblar o deficit fiscal. Com a inflação em alta, o mercado prevê alta dos juros e cortes nos investimentos. É a política do “mais do mesmo”: câmbio flutuante, meta de inflação e equilíbrio fiscal. A opção audaciosa seria uma paulada nos juros para reduzir o custo da dívida pública, uma espécie de cavalo de pau que mudaria o rumo da economia. É arriscado demais para Dilma.
Oposição
Derrotados por Dilma Rousseff, o tucano José Serra e a verde Marina Silva se fingem de mortos, mas estão vivíssimos. Serra, que hoje prestigia a posse do governador tucano, Geraldo Alckmin, já disse que pretende exercer sua liderança na oposição. Marina se mantém ativa como porta-voz de uma agenda ambiental cada vez mais estratégica. Como ambos estão sem mandato, o líder de oposição que emerge no Congresso é o ex-governador de Minas, o tucano Aécio Neves (foto), que assume o mandato de senador.
Militares
Velho ditado popular diz que chumbo trocado não dói. Os militares têm certa admiração pela presidente eleita Dilma Rousseff, uma sobrevivente da repressão do regime militar à oposição de esquerda, sobretudo aos que aderiram à luta armada. A pedido de Lula, Dilma manteve o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os atuais comandantes militares. A experiência mostra que longas permanências no alto comando levam à formação de grupos e exacerbam disputas políticas nas Forças Armadas.
Social
Quando uma prioridade é alcançada, surgem outras. O maior êxito do governo Lula foi ampliar o mercado interno, combatendo a exclusão social e as desigualdades, graças à elevação do salário mínimo e à incorporação de 13 milhões de famílias aos programas de transferência de renda. No governo Lula, 36 milhões de pessoas entraram na classe média, 28 milhões saíram da linha de pobreza. Quais são as novas prioridades sociais? Com certeza, educação fundamental e ensino médio de qualidade; atendimento básico à saúde. Mas falta dinheiro.
Diplomacia
Fala-se numa inflexão na política externa brasileira, cujo consenso foi abalado no governo Lula. Sem o mesmo protagonismo internacional, Dilma herda relações esgarçadas com os Estados Unidos e seus principais aliados por causa do episódio do acordo do Brasil com o Irã sobre seu programa nuclear. A escolha do embaixador Antônio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores ensejaria uma certa aproximação com os Estados Unidos e nova postura comercial em relação à China. Será?
Ausente/ Segundo boletim do Hospital Sírio-Libanês, o quadro de saúde do vice-presidente José de Alencar é estável. Internado desde o último dia 22 por causa de um sangramento digestivo, não comparecerá à posse de Dilma Rousseff, como gostaria.
Governadores/ Os governadores tucanos Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Beto Richa (PSDB-PR), Marconi Perillo (PSDB-GO), Teotônio Vilela (PSDB-AL) e Siqueira Campos (PSDB-TO) confirmaram presença na posse de Dilma Rousseff. Os governadores do DEM Rosalba Ciarlini (RN) e Raimundo Colombo (SC) não virão a Brasília.
Governistas
A viga mestra do governo Dilma é a aliança entre os dois maiores partidos do país: o PT e o PMDB. A montagem do governo, independentemente de eventuais insatisfações, reflete essa aliança. Do ponto de vista eleitoral, as duas forças foram decisivas para a vitória. Como será o desempenho de ambas na hora de garantir a governabilidade? A resposta virá na eleição da Mesa da Câmara. A candidatura do deputado petista Marco Maia (foto) não empolga os demais aliados da base governista, mas tem o apoio dos principais partidos de oposição, o PSDB e o DEM.
A hora da estrela
Dilma Rousseff assume a Presidência da República hoje como protagonista de uma revolução de gênero, a ascensão das mulheres ao mais alto cargo político do país. Realizou a dupla proeza de chegar ao poder sem jamais exercer um cargo eletivo e superar todos os preconceitos que surgiram no seu caminho. Isso não seria possível sem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu partido, o PT, de cujo núcleo histórico não faz parte. Mas Dilma cumpriu a sua parte. É a nova estrela política que brilha.
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Com um passado de militante revolucionária — participou de uma organização que aderiu à luta armada contra o regime militar, razão pela qual foi presa, torturada e cumpriu três anos de cadeia —, assume o poder como uma esfinge. Desde a eleição, recolheu-se à Granja do Torto, evitou declarações e entrevistas.
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Ninguém ainda sabe o que Dilma Rousseff pretende fazer em relação a temas como a reforma política, o desajuste fiscal, a crise da Previdência, o desequilíbrio cambial e as relações com os Estados Unidos e a China, que estão na ordem do dia. Não promoverá uma ruptura com a política de Lula, mas novas metas precisam ser anunciadas. A Nação aguarda seu discurso de posse para saber das novidades.
Economia
Recrudesceram as críticas ao desempenho fiscal do governo. O resumo da ópera: a União arrecadou 28% mais do que o previsto, executou apenas 26% dos investimentos programados e terminou o ano tentando driblar o deficit fiscal. Com a inflação em alta, o mercado prevê alta dos juros e cortes nos investimentos. É a política do “mais do mesmo”: câmbio flutuante, meta de inflação e equilíbrio fiscal. A opção audaciosa seria uma paulada nos juros para reduzir o custo da dívida pública, uma espécie de cavalo de pau que mudaria o rumo da economia. É arriscado demais para Dilma.
Oposição
Derrotados por Dilma Rousseff, o tucano José Serra e a verde Marina Silva se fingem de mortos, mas estão vivíssimos. Serra, que hoje prestigia a posse do governador tucano, Geraldo Alckmin, já disse que pretende exercer sua liderança na oposição. Marina se mantém ativa como porta-voz de uma agenda ambiental cada vez mais estratégica. Como ambos estão sem mandato, o líder de oposição que emerge no Congresso é o ex-governador de Minas, o tucano Aécio Neves (foto), que assume o mandato de senador.
Militares
Velho ditado popular diz que chumbo trocado não dói. Os militares têm certa admiração pela presidente eleita Dilma Rousseff, uma sobrevivente da repressão do regime militar à oposição de esquerda, sobretudo aos que aderiram à luta armada. A pedido de Lula, Dilma manteve o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os atuais comandantes militares. A experiência mostra que longas permanências no alto comando levam à formação de grupos e exacerbam disputas políticas nas Forças Armadas.
Social
Quando uma prioridade é alcançada, surgem outras. O maior êxito do governo Lula foi ampliar o mercado interno, combatendo a exclusão social e as desigualdades, graças à elevação do salário mínimo e à incorporação de 13 milhões de famílias aos programas de transferência de renda. No governo Lula, 36 milhões de pessoas entraram na classe média, 28 milhões saíram da linha de pobreza. Quais são as novas prioridades sociais? Com certeza, educação fundamental e ensino médio de qualidade; atendimento básico à saúde. Mas falta dinheiro.
Diplomacia
Fala-se numa inflexão na política externa brasileira, cujo consenso foi abalado no governo Lula. Sem o mesmo protagonismo internacional, Dilma herda relações esgarçadas com os Estados Unidos e seus principais aliados por causa do episódio do acordo do Brasil com o Irã sobre seu programa nuclear. A escolha do embaixador Antônio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores ensejaria uma certa aproximação com os Estados Unidos e nova postura comercial em relação à China. Será?
Ausente/ Segundo boletim do Hospital Sírio-Libanês, o quadro de saúde do vice-presidente José de Alencar é estável. Internado desde o último dia 22 por causa de um sangramento digestivo, não comparecerá à posse de Dilma Rousseff, como gostaria.
Governadores/ Os governadores tucanos Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Beto Richa (PSDB-PR), Marconi Perillo (PSDB-GO), Teotônio Vilela (PSDB-AL) e Siqueira Campos (PSDB-TO) confirmaram presença na posse de Dilma Rousseff. Os governadores do DEM Rosalba Ciarlini (RN) e Raimundo Colombo (SC) não virão a Brasília.
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