Para ex-ministro da Integração, se ex-presidente quiser ajudar Dilma, "que faça pelo telefone, discretamente"
Ex-deputado federal cita "presunção de inocência" e defende Palocci, mas aguarda explicações do ministro
Luís Carlos de Freitas
FORTALEZA = O ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB) criticou ontem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela "interferência" na crise que envolve o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
"O Lula tem [cometido] esse equívoco. Na minha opinião, ele cometeu um erro. Se ele quer ajudar, [que] faça isso pelo telefone, discretamente", afirmou, em entrevista ao portal cearense "Jangadeiro Online".
Segundo ele, a ida de Lula a Brasília na semana passada "liquida com qualquer capital político que a Dilma possa e deva acumular".
Para ele, o país não pode depender de um só gestor.
"Agora depende só do Lula, o Brasil? Eu sou contra isso. Depende só da Dilma, depende só do Ciro, depende só do Palocci? Que conversa é essa?", questionou.
Ciro, que foi ministro da Integração Nacional no governo Lula, entre 2003 e 2006, defendeu Palocci, mas disse aguardar explicações.
Conforme a Folha revelou, o chefe da Casa Civil multiplicou seu patrimônio por 20 nos últimos quatro anos, por meio de uma empresa de consultoria. Mas o ministro não revela quem eram seus clientes e como atuava.
"Como todo brasileiro, deve haver para ele a presunção de inocência. Estou aguardando, porque não é razoável que não haja explicações", disse Ciro.
Segundo ele, o que ocorre "é muito constrangedor" e "é preciso cabal explicação".
Na entrevista, Ciro disse ainda que há "falta de apoio do governo federal" ao Ceará. O Estado é governado por Cid Gomes (PSB), seu irmão.
Ciro também falou sobre o PSDB, partido do qual já fez parte na década de 1990. Para ele, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) vai "sabotar" a atuação do senador Aécio Neves (PSDB).
Ambos são os principais nomes do partido para a disputa presidencial em 2014.
"Serra, como um trambolho, continua aí e vai sabotar o trabalho do Aécio, o que é ruim para o Brasil.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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