sábado, 8 de outubro de 2011

Correios: mais uma proposta rejeitada

Na 2ª feira, asssembleias vão avaliar a oferta da estatal com abono de R$800

Geralda Doca, Wagner Gomes

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O comando nacional de greve transferiu aos 35 sindicatos dos trabalhadores dos Correios a decisão de aceitar, ou não, os termos da proposta de reajuste apresentada ontem pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) ou deixar que a Justiça defina o o aumento à revelia, o que pode frustrar os interesses da categoria, alertou o presidente do TST, João Dalazen. As entidades farão assembleias na próxima segunda-feira e, se a categoria rejeitar a proposta, no dia seguinte ocorrerá a sessão para julgar o dissídio coletivo.

Acuado, após a rejeição unânime dos sindicatos da categoria ao acordo que fechara anteriormente na Justiça, o comando de greve recusou ontem, na segunda audiência de conciliação, a proposta apresentada pelo TST e aprovada pela estatal. Os termos são a reposição da inflação (6,87%), a incorporação de R$60 aos salários de forma linear a partir de janeiro e o pagamento de um abono de R$800 imediatamente, o que não estava previsto no acordo anterior.

Sem negociação, bancários completam 11 dias de greve

Pela proposta, haverá o desconto de seis dias parados, entre janeiro e dezembro, na proporção de meio dia por mês. E o restante seria compensado nos fins de semana até maio.

Logo depois da tentativa fracassada de conciliação de ontem, membros do comando dispararam telefonemas para todos os presidentes dos sindicatos locais. A jurisprudência do Tribunal tem dado apenas reposição da inflação e desconto dos dias parados.

- Os dirigentes dos sindicatos locais têm que ler os riscos do julgamento do TST para os trabalhadores. A corda já esticou demais e as lideranças sindicais têm que ser responsáveis - disse o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), José Rivaldo da Silva.

Apesar do acirramento, a expectativa da estatal, segundo fontes, é que a proposta do TST seja aprovada pela maioria das assembleias. A avaliação é de que o abono de R$800 pesará na decisão. Se o conflito for arbitrado pelo TST, dificilmente o valor será concedido.

Durante a audiência, o presidente do TST alertou sobre os riscos do julgamento, sobretudo o desconto dos dias parados:

- Se o TST seguir a jurisprudência firmada da matéria, poderá haver o desconto dos dias parados e não ser de forma parcelada.

Apesar da decisão do ministro de fixar um efetivo mínimo de 40% por unidade, das 7.486 agências, 430 não cumpriram a determinação, segundo a estatal.

Também continua o impasse entre bancos e bancários. A greve dos bancários completou ontem 11 dias sem qualquer avanço nas negociações.. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) condiciona a retomada do diálogo à apresentação de uma nova proposta dos sindicatos. Exigência idêntica à feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) para voltar à mesa de negociação.

FONTE: O GLOBO

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