quinta-feira, 21 de junho de 2012

Em Recife, oposição se ajustando ao cenário

Com o racha entre PT e PSB no Recife, grupo tenta chegar a uma posição. No entanto, eles ainda buscam consenso

Débora Duque

As incertezas sobre o destino da Frente Popular, com o provável racha entre PT e PSB, contaminaram os partidos de oposição. Cientes de que a estratégia de múltiplas candidaturas pode levar o bloco a exercer um papel coadjuvante na campanha, as lideranças oposicionistas trabalham, às pressas, para se ajustarem ao novo cenário e tentarem chegar a um denominador-comum. Mas ainda não há consenso.

Até porque o grupo prefere esperar da candidatura socialista para anunciar uma nova resolução. Quem assumiu às rédeas das negociações foi o presidente nacional do PSDB e deputado federal, Sérgio Guerra (PSDB). Já na terça-feira (18), ele conversou, em Brasília, com o deputado federal Raul Henry (PMDB) e, ontem, com Mendonça Filho (DEM). Nos encontros, o tucano tem se mostrado inclinado a reavaliar a candidatura do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) em nome da sobrevivência do bloco.

Porém, nos bastidores, a informação é de que ele não estaria disposto embarcar num projeto com Mendonça, nome que enfrenta a maior resistência dentro do grupo, apesar liderar as intenções de votos entre os prefeituráveis da oposição. No bloco, há o temor de que ele, ao longo da campanha, não cresça o suficiente para chegar ao segundo turno. Apesar de ser alvo do ceticismo dos demais, o democrata, até então, estaria se mostrando irredutível na sua determinação de participar da disputa, o que inviabilizaria a construção da unidade. Ao JC, Mendonça negou estar sendo intransigente. “Eu nunca coloquei o meu nome de forma obsessiva ou impositiva. Evidente que tenho uma ressonância e uma adesão junto à população, mas quero facilitar essa busca pelo consenso”, afirmou.

Dentro das últimas articulações, o nome de Raul Henry ressurgiu como uma via capaz de agregar o bloco. Um dos obstáculos que havia para receber o apoio do PSDB – o rompimento entre Sérgio Guerra e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) – está sendo contornado. Para facilitar o distensionamento, o próprio Raul intermediou um telefonema do tucano a Jarbas, na noite de terça. Ambos conversaram rapidamente sobre o estado de saúde do senador, que foi submetido a uma cirurgia cardiovascular na quinta-feira passada.

Apesar das costuras, o lançamento da candidatura de Raul é colocada em xeque por setores do próprio PMDB. Há quem avalie que seu ingresso na eleição possa atrapalhar os movimentos de reaproximação com o PSB do governador Eduardo Campos, caso o PSB decida mesmo lançar candidato próprio. Ontem, Raul visitou Jarbas Vasconcelos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para atualizá-lo das últimas negociações. Mesmo com os avanços nas movimentações, a expectativa é de que o capítulo final do enredo oposicionista aconteça amanhã, quando as principais lideranças da devem sentar conjuntamente para definir uma posição.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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