A partir de hoje, o Rio será a capital mundial do esporte até 2016. No dia em que Londres passou a bandeira olímpica para a cidade, sede dos próximos Jogos, o presidente do COI, Jacques Rogge, cobrou a divulgação do orçamento das Olimpíadas em solo carioca, lembrando que a escolha aconteceu há três anos. O orçamento original da candidatura do Rio previa investimentos de R$ 28,8 bilhões, mas, segundo o Comitê Rio 2016, o valor definitivo só deverá estar fechado no ano que vem. Na festa de encerramento, em Londres, os destaques foram Marisa Monte, Pelé e o gari Sorriso. A bandeira olímpica chega hoje ao Rio. No esporte, o desafio também será grande. O país terminou em 22º no quadro de medalhas, uma posição melhor do que a de Pequim, mas bem abaixo das expectativas.
O peso da bandeira olímpica
Londres passa o bastão dos Jogos, e presidente do COI cobra orçamento do evento
Luiz Ernesto Magalhães
LONDRES e RIO - O maior dos símbolos olímpicos, a bandeira com anéis coloridos que representam os cinco continentes, chega hoje ao Rio, marcando oficialmente a contagem para a próxima edição do maior evento esportivo do planeta. Nos próximos quatro anos, o Rio será a cidade olímpica por direito, mas terá de mostrar, de fato, que merece o título. E a cobrança começou ontem mesmo. Doze horas antes de entregar ao prefeito Eduardo Paes a bandeira olímpica, durante a festa de encerramento dos jogos londrinos, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, cobrou a divulgação do orçamento da Rio 2016.
Previsão original era de R$ 28,8 bilhões
Ao fazer uma avaliação de Londres 2012, Rogge lembrou que a conta carioca não foi tornada pública, apesar de o Rio ter conquistado o direito de sediar os Jogos Olímpicos há três anos. Os ingleses divulgaram sua estimativa de custos um ano e meio depois da escolha da cidade-sede. Lá, porém, o orçamento foi revisto: de R$ 7,5 bilhões, em 2005, para R$ 30 bilhões, este ano, podendo ainda ter nova revisão.
- Pedimos que o orçamento seja concluído o mais brevemente possível. Estamos fazendo um trabalho em conjunto com o Comitê Organizador local para isso - resumiu Jacques Rogge.
O orçamento original do dossiê da candidatura carioca, feito em 2007, previa investimentos de R$ 28,8 bilhões, sendo R$ 23,2 bilhões dos governos e R$ 5,6 bilhões do Comitê Rio 2016.
Em visita técnica ao Rio, em junho, a presidente da Comissão de Coordenação do COI, Nawal El Moutawakel, demonstrou preocupação com os prazos "apertados" das obras. Ela negou, no entanto, que estivesse dando um "puxão de orelhas" nos brasileiros. O receio do COI diz respeito ao andamento da construção do Parque Olímpico da Barra, no atual Autódromo Nelson Piquet, e à complementação do Parque Olímpico de Deodoro. Passados dois meses, o autódromo está sendo demolido. Mas a construção das instalações esportivas só começa em 2013. Sobre Deodoro, o governo estadual, que receberá recursos do Ministério do Esporte, sequer anunciou o cronograma.
O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, não foi localizado para comentar as obras. A assessoria de comunicação do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que os brasileiros avançaram ao fechar a matriz de responsabilidades, que esclarece os projetos de União, estado, prefeitura, Comitê Rio 2016 e iniciativa privada. A presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que os números serão fechados quando houver todos os projetos executivos.
O Comitê Rio 2016, por sua vez, argumentou não ter interpretado a declaração de Rogge como uma cobrança. Semana passada, seu diretor geral, Leonardo Gryner, informou que o orçamento só deverá estar fechado em 2013, porque projetos ainda não foram licitados.
Enquanto o tema das obras continua em suspenso, as autoridades se mobilizam pela chegada da bandeira olímpica à cidade, hoje, às 17h, pelo Aeroporto Tom Jobim. Ela será trazida pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, que estará acompanhado do prefeito, do governador Sérgio Cabral e de alguns atletas.
A bandeira ficará guardada na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito. Amanhã, será levada a Brasília para ser apresentada à presidente Dilma Rousseff . Na quarta-feira, o símbolo olímpico passeará pelo Rio, começando pela Praça do Conhecimento, no Complexo do Alemão, e seguindo para a Praça do Canhão, em Realengo, e a Zona Sul. O cortejo termina no Palácio da Cidade, em Botafogo. Nos três lugares serão hasteadas cópias da bandeira.
Mensagem surpresa em Copacabana
Para marcar a chegada do símbolo olímpico, uma bandeira gigante será estendida na areia da Praia de Copacabana. Com três mil metros quadrados, carregará uma mensagem surpresa. No domingo, será celebrado um culto ecumênico aos pés da estátua do Cristo Redentor.
- Estou super-honrado e emocionado. É um momento único da minha vida. E da história da cidade - disse Paes antes da festa.
A bandeira olímpica será exposta no Palácio da Cidade até que o Pavilhão Olímpico, em construção ao lado do centro administrativo da prefeitura, na Cidade Nova, fique pronto. Um decreto será publicado hoje no Diário Oficial criando a Guarda de Honra da Bandeira, destacamento da Guarda Municipal que terá a incumbência de protegê-la.
FONTE: O GLOBO
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