Já que Eduardo Campos e Marina Silva anunciam seu programa comum amanhã em São Paulo e se colocam como terceira via contra a polarização PT-PSDB, vamos ao que interessa: como garantir o desenvolvimento econômico?
A campanha presidencial corre solta a um ano das eleições, mas o que se tem até aqui é uma exibição desenfreada de Dilma, a tentativa de acomodação de Campos e Marina e o esforço de afirmação de Aécio Neves. De conteúdo, nada.
O debate fundamental, sobre o desenvolvimento, reduz-se, constrangedora ou dramaticamente, a uma guerra verbal que faz a festa dos jornais. Não sobre quem é melhor, mas sobre quem é menos pior.
Aécio classificou o crescimento do PIB com Dilma de "medíocre". Mantega rebateu no Painel, dizendo que nos tempos de FHC foi de 2,3% ao ano e, nos dez anos de PT, de 3,6%. A tréplica tucana veio rápida. Na sua contabilidade, o índice de FHC foi 2,3% ou 2,5%, em média, quando o da América do Sul ficou em 1,3%. Já o de Dilma é de 1,8%, quando a região pula para 5,1%.
Em qualquer hipótese, porém, o crescimento é pífio, compatível com a falta de estratégia brasileira e incompatível com a imensa potencialidade do país. E é isso, e não salamaleques e sacadas geniais de marketing, que deveria estar posto num momento tão crucial.
Uma questão central é a dos capitais privados e internacionais para trazer à tona as riquezas --como o petróleo das profundezas do pré-sal-- e, com elas, bem-estar, tecnologia, inovação e competitividade.
O debate é pobre, atrasado, enviesado, envergonhado e antipedagógico. O leilão dos aeroportos é um escândalo, o de Libra ficou num único consórcio, e ninguém põe a cara para falar do aumento de estrangeiros no BB. Pega mal... O que diriam os companheiros sindicalistas que protestam nas ruas?
Faltam coragem e honestidade de propósitos. O Brasil paga o pato.
Fonte: Folha de S. Paulo
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