• Além de garantir esses acordos, pré-candidato tucano ainda sonha com um acerto com o PSD para barrar vantagem de Dilma na TV
Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo
Na tentativa de reduzir a vantagem do tempo televisivo da propaganda partidária da campanha reeleitoral da presidente Dilma Rousseff, o pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves, aposta na aproximação com seis partidos nanicos: PTN, PTC, PT do B, PMN, PSL e PEN.
A investida poderá render cerca de 20 segundos a mais para o tucano, que, no atual cenário, conta com 3 minutos e 42 segundos a partir do apoio do tradicional aliado DEM e do Solidariedade (SDD), legenda ligada à central Força Sindical.
Mesmo assim, a distância de Dilma é enorme. Confirmados os apoios de PMDB, PDT, PR, PTB, PC do B, PSD, PRB e PROS, a petista terá 10 minutos e 44 segundos de programa eleitoral gratuito. Se o PP também aderir ao projeto da presidente - e esta é a tendência no atual cenário -, Dilma ganhará ainda mais 1 minuto e 16 segundos.
O pré-candidato do PSB à Presidência, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, conta atualmente com 1 minuto e 55 segundos de tempo de TV, a partir dos apoios do PPS, do PHS e do PRP. Ou seja, poderá ter dificuldades quando o horário eleitoral começar no rádio e na TV, no dia 19 de agosto.
Ainda há espaço para um rearranjo das alianças. Um grupo do PMDB, por exemplo, defende a neutralidade do partido. Ou seja, a sigla não daria seus minutos de TV para ninguém. Aécio também busca o PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, primeiro partido a anunciar apoio ao projeto reeleitoral petista. A aliança, porém, é vista como improvável no atual cenário - Kassab estará hoje no Palácio do Planalto para um encontro com Dilma. O xadrez dos acordos poderá ser jogado até o fim de junho, quando ocorrerão as convenções partidárias.
O PP do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional da legenda, foi alvo de Aécio na semana passada, por exemplo. "Dona" de pouco mais de 1 minuto de exibição partidária, a legenda será um dos últimos da base governista a definir em qual palanque subirá. Aécio tentou reverter a tendência de apoio a Dilma escalando a senadora gaúcha Ana Amélia, o presidente de honra do PP, Francisco Dornelles, e o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, para pressionarem Ciro Nogueira a pelo menos manter a neutralidade do partido, o que reduziria o tempo de TV de Dilma. O trio pepista chegou a ir até para Brasília com essa missão, mas não conseguiu realizá-la. A legenda deve anunciar até o fim do mês a entrada na aliança da presidente da República.
Ajuda. Aécio ainda não desistiu dos grandes partidos, mas tenta, paralelamente, garantir os segundos dos nanicos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), passou então a ajudar o pré-candidato tucano ao Planalto na empreitada. A negociação está sendo feita em "bloco" com seis siglas. Escalado para fazer a "ponte", o secretário da Casa Civil do Palácio dos Bandeirantes, o também tucano Edson Aparecido, reuniu-se na quinta-feira com Aécio em São Paulo, na sede estadual do PSDB, para falar sobre essa articulação.
Os presidentes desses partidos são próximos de Alckmin e o apoiam no Estado. Aécio ouviu que receberia "cerca de 20 segundos" ao agregar os nanicos e autorizou a aproximação.
O primeiro partido a anunciar oficialmente o apoio à candidatura presidencial tucana deve ser o PMN. A presidente nacional do partido, Telma Ribeiro, tinha uma reunião reservada com Aécio na sexta-feira, mas o encontro foi remarcado para esta semana. A ideia é que cada um dos apoios seja anunciado separadamente.
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