- Folha de S. Paulo
Dilma cai nas pesquisas, Lula sobe nos palanques e o PT e a campanha quebram a cabeça -- ou batem cabeça?-- buscando caminhos para garantir a vitória.
Enquanto isso, Aécio Neves, apesar de ter oscilado de 20% para 19%, vai se afirmando como virtual adversário no segundo turno e avança pelos três maiores colégios eleitorais: Rio, São Paulo e Minas, que reúnem em torno de 40% dos votos.
Um dos principais fatos políticos da semana passada, além das greves paulistanas e do Datafolha, foi a demonstração de força de Aécio no Rio, onde a chapa "Aezão" (Aécio para presidente, e o pemedebista Pezão para o governo) pegou.
Ele estrelou um evento organizado pela cúpula do PMDB estadual, com 1.600 lideranças e gente de 17 partidos. Demonstra tanto o potencial da campanha tucana quanto as incertezas da candidatura petista.
Em São Paulo, surpreende a capacidade de resistência do governador Alckmin, que sobrevive a greves, manifestações, violência e até falta de água (?!), com 44 % das intenções de votos. Talvez por isso --e pela baixa aprovação do prefeito Fernando Haddad (PT)-- Aécio já esteja empatado com Dilma na capital. Os dois mineiros têm ali os mesmos 21%.
Os intrincados arranjos de Alckmin com o PSB de Campos e com o PSD de Kassab podem descolar Aécio de Dilma e levá-lo à liderança no Estado. Especialmente, claro, se uma chapa Alckmin-Kassab esgarçar o já frágil apoio do PSD a Dilma.
Em Minas? Aécio deixou o governo com alta aprovação e esta é a grande chance de um mineiro "de verdade" (Dilma é meio gaúcha) subir a rampa depois de Itamar, que chegou pela porta lateral e era baiano. Dificilmente Aécio perderá em Minas.
Um fator relevante é que todos esses arranjos ocorrem num momento em que Dilma não convence, Aécio precisa crescer e todos disputam um eleitor irascível e forte: o sr. Voto Nulo Branco Indeciso da Silva.
Ah! E o Pastor Everaldo vem aí.
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