O Estado de S. Paulo
Haddad ganhou mais uma, a do déficit zero, mas a guerra continua. E é contra Lula e PT
Há vitórias e vitórias. A do ministro
Fernando Haddad na questão do déficit fiscal em 2024 é basicamente retórica, de
marketing, e pode ter os dias contados. O principal ministro do governo Lula
ganhou uma (mais uma...) batalha, mas a guerra continua, porque o presidente
suspendeu, mas não cancelou a possibilidade de revisão do déficit zero na Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Agora, Haddad que se vire.
Como sempre, Lula está dividido entre o velho populismo e o pragmatismo responsável e causou o maior rebuliço ao dizer que não era “preciso” déficit zero e que, “para a Fazenda, dinheiro bom é no Tesouro, mas para ele, dinheiro bom é em obras”. Lindo para os leigos, grave para quem entende do riscado e sabe o quanto o tripé macroeconômico é importante para países, governos, populações – principalmente, a mais vulnerável.
A Haddad, cabe acalmar os ânimos e resolver a
questão, não com discurso político, muito menos embates com o PT, mas sim com o
debate técnico e a garantia de viabilidade para o déficit zero. Não vai ser
fácil e a batalha final só será em dezembro ou em março de 2024. Para manter
essa meta – fundamental até para o Brasil recuperar o grau de investimento das
agências internacionais – o ministro precisa, muito, muitíssimo, do Congresso.
Como? Aprovando rapidamente as medidas para aumentar a arrecadação federal.
Nos cálculos da Fazenda, o corte em
subvenções pode gerar R$ 35 bilhões por ano; se o projeto dos Juros de Capital
Próprio (JCP) for anexado ao das subvenções e passar, são mais R$ 10 bilhões;
taxação de offshore e fundos especiais, mais ou menos R$ 20 bilhões; e a das
apostas esportivas, que tem estimativa muito elástica, pode render de R$ 6 a R$
12 bilhões, pelos cálculos do próprio setor.
Segundo o presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco, o esforço de final de ano começou com a aprovação da reforma
tributária (que ainda depende da Câmara) e continua com as apostas esportivas
na terça-feira, já no plenário. Ele e Arthur Lira, da Câmara, são aliados de
Haddad a favor do déficit zero. Os adversários são do PT, liderados pelo chefe
da Casa Civil, Rui Costa, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o
deputado Lindberg Faria, autor de projetos prevendo déficit de 0,75% ou 1%.
Ok, a Fazenda articula e o Congresso se compromete com a arrecadação, mas e o outro lado da moeda, o gasto? Lula, Costa, Gleisi, Lindberg, o PT e agregados torcem o nariz, mas com matemática e com economia não se brinca. Haddad ganhou tempo, mas precisa do apoio do Planejamento para os cortes e tem muita guerra pela frente, principalmente com o chefe Lula. É aí que mora o perigo.
2 comentários:
Vamos esquecer qualquer responsabilidade por parte do PT.
▪O PT não tem responsabilidade com o dinheiro dos outros;
▪O PT não tem responsabilidade com a honra dos outros;
▪O PT não tem responsabilidade com a vida dos outros;.
▪O PT não tem responsabilidade com nada!
Bom mesmo era o Bozo.
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