O Estado de S. Paulo
Sem rumo e base sólida, governo sofre derrotas e Lula titubeia em temas graves
Governo fraco é alvo fácil de pressões da
Câmara, do Senado, do mercado e da opinião pública, e é isso que acontece no
terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, que sofre derrotas no Congresso
e titubeia em questões de grande relevância, como a equiparação do aborto a
homicídio e o veto a delações premiadas de presos. O governo finge que não tem
nada a ver com isso, vai, volta e fica no meio do caminho.
Até a reação à devolução da MP sobre PIS/Cofins, para compensar R$ 26 bilhões de perdas com a desoneração da folha de pagamentos, foi tímida, medrosa, com Lula, seus ministros e líderes apoiando a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e deixando no sereno o ministro Fernando Haddad. Devolver projetos é quase um tapa na cara, o Planalto ofereceu a outra face.
O projeto do aborto pode punir a mulher
estuprada com até 20 anos de prisão, enquanto seu estuprador é sujeito a, no
máximo, dez. É cruel, desumano e fundamentalista, mas Lula calou e o governo
tergiversou, porque teme a “Bancada da Bíblia”. A inflexão só veio depois de
dois dias e de manifestações populares, com um post da primeira-dama Janja e
uma declaração do ministro Alexandre Padilha: “É uma barbaridade. Não contem
com o governo”. Já no veto às delações premiadas, o governo lavou as mãos.
Quanto mais fragilidade mostra, mais frágil o
governo fica, mais fortes adversários e aliados de ocasião se tornam. Faltam
rumo e comando e não adianta botar a culpa na articulação política. A direita é
muito maior e mais articulada do que a esquerda no Congresso. Boa articulação
ajuda, mas não faz mágica, e as emendas não dão mais para o gasto. Eram de R$
17 bilhões, dispararam para R$ 53 bilhões, mas o Congresso é insaciável.
O ministro Juscelino Filho (Comunicações),
que acumula denúncias, principalmente do Estadão, desde o primeiro mês do
governo, foi indiciado pela PF – órgão do governo – por emendas parlamentares
para a cidade onde sua irmã é prefeita e construiu uma estrada que beneficia
uma única família, a deles. Na Europa, Lula desconversou: “O ministro tem o
direito de provar que é inocente”. Juscelino Filho é do União Brasil – partido
com três ministros que, vira e mexe, vota contra o governo – e apadrinhado por
Davi Alcolumbre, que manda no Senado.
Enquanto seu time bate cabeça, com Rui Costa,
ministros e dirigentes petistas contra Haddad e o corte de gastos, Lula faz uma
reunião atrás da outra para falar obviedades, dar broncas e prometer, de novo,
assumir a coordenação política. O fato é que Lula está refém de Lira,
Alcolumbre, bancada evangélica, União Brasil... Bláblá-blá não vai melhorar a
percepção sobre o governo, nem a popularidade do presidente.
3 comentários:
Se depender da torcida da nossa jornalista Eliane o governo vai se acertar , nunca vi ninguém torcer tanto e ficar tão penalizada com a decadência política do governo PT Einstein já dizia que fazer a mesma coisa, com os mesmos métodos usando as mesmas ferramentas e querer resultado diferente melhor é a demonstração cabal da burrice
Estão querendo que aconteça algo de bom depois de Lula1 Lula 2 e Dilma 1 e 2 Tenha dó , não vai dar certo !
Saudades do GENOCIDA GOLPISTA?
A verdade é que o País melhorou e muito!
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