DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Na maior parte dos Estados, caráter plebiscitário que petistas querem imprimir à eleição dependerá de aliados
Silvia Amorim
O PSDB vai romper neste ano uma tradição do PT de lançar nas eleições estaduais mais candidatos a governador do que o adversário. Em 2010, serão os tucanos que terão mais palanques próprios nas disputas estaduais. A montagem desse tabuleiro eleitoral também mostra que a eleição do "nós contra eles" pregada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa federal não se dará na prática na maioria dos Estados.
As negociações ainda estão em andamento, mas as possibilidades de duelo direto entre candidatos a governador tucanos e petistas já podem ser medidas. Ele acontecerá, em pelo menos, dez Estados e no Distrito Federal, com o risco de não ocorrer nos maiores colégios eleitorais do País - São Paulo e Minas Gerais. Isso significa que, na maioria das unidades federativas, o caráter plebiscitário que o PT quer dar à eleição ficará restrito ao discurso de terceiros.
No cenário mais otimista, os petistas contarão, no máximo, com 13 nomes do partido para governador neste ano - apenas 9 estão confirmados por enquanto (AC, BA, DF, MS, PA, RS, SC, SE e RO). O PSDB tem representantes garantidos em 14 Estados (AC, AP, AL, ES, GO, MG, PA, PR, PI, RO, RR, SP, TO e CE), podendo chegar a 19. As duas legendas governam cinco Estados cada uma.
INVERSÃO DE PAPÉIS
Historicamente o PT sempre lançou candidatos a governo estadual em quase todo o País. Mas, desde a vitória de Lula, o número de candidatos petistas na corrida estadual vem reduzindo a cada eleição. Em 2002, foram 24. Quatro anos depois, nas eleições de 2006, foram 18. Agora, não ultrapassarão 13.
Já os tucanos têm ampliado a cada pleito sua participação direta na disputa estadual. Em 2002, lançaram 9 candidatos. Na eleição seguinte, esse número quase dobrou (17). Neste ano, o PSDB poderá levar aos palanques nos Estados até 19 tucanos, que, além de brigar pelo governo, ajudarão na campanha do governador José Serra, virtual candidato a presidente.
"Estamos lançando candidatos para ganhar e não para marcar posição", afirmou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP). "Em 1994, quando tivemos candidatos em quase todos os Estados, elegemos apenas dois. Em 2006, elegemos um maior número e tínhamos menos candidatos."
"O PSDB investiu nessa formação de palanques estaduais. É um trabalho que está sendo feito desde o ano passado com vistas à eleição presidencial e o Senado", disse o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
PROJETO NACIONAL
O número reduzido de candidaturas do PT neste ano está diretamente ligado à ordem do Palácio do Planalto de não comprar briga nos Estados com aliados. Em troca de apoio à pré-candidata do PT à Presidência da República, ministra Dilma Rousseff, a legenda tem sacrificado seus quadros.
O exemplo mais emblemático é o Rio de Janeiro, onde, depois de muita briga, o PT tirou seu candidato de campo - o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias - para apoiar a reeleição de Sérgio Cabral (PMDB). Mas, em nome do projeto nacional, essa situação pode se configurar também em São Paulo e Minas Gerais. Nos dois Estados, petistas têm nome próprio para comandar o palanque de Dilma, mas podem fechar com aliados.
Na terra da ministra, há grandes chances de o candidato ser o colega de ministério Hélio Costa (Comunicações), do PMDB, em detrimento dos petistas Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, e Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social. Em São Paulo, o plano A é que o candidato seja o deputado Ciro Gomes (PSB) ante o senador Aloizio Mercadante (PT-SP).
FORTALECIMENTO
No PSDB, o aumento de candidatos é considerado resultado do fortalecimento da legenda fora do eixo Sul-Sudeste. O plano é estabelecer ao menos 9 palanques próprios no Norte e Nordeste, onde está a maior fragilidade eleitoral dos tucanos.
Petistas consideram artificial o crescimento dos tucanos. "As alianças dos adversários encolheram. Aí tem que lançar candidato mesmo", disse Vaccarezza. "O PT com Lula e sua popularidade não mostrou viabilidade eleitoral para formar bons palanques", reagiu Guerra.
Para o senador, o PT "está furado" em Estados importantes.
Na maior parte dos Estados, caráter plebiscitário que petistas querem imprimir à eleição dependerá de aliados
Silvia Amorim
O PSDB vai romper neste ano uma tradição do PT de lançar nas eleições estaduais mais candidatos a governador do que o adversário. Em 2010, serão os tucanos que terão mais palanques próprios nas disputas estaduais. A montagem desse tabuleiro eleitoral também mostra que a eleição do "nós contra eles" pregada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa federal não se dará na prática na maioria dos Estados.
As negociações ainda estão em andamento, mas as possibilidades de duelo direto entre candidatos a governador tucanos e petistas já podem ser medidas. Ele acontecerá, em pelo menos, dez Estados e no Distrito Federal, com o risco de não ocorrer nos maiores colégios eleitorais do País - São Paulo e Minas Gerais. Isso significa que, na maioria das unidades federativas, o caráter plebiscitário que o PT quer dar à eleição ficará restrito ao discurso de terceiros.
No cenário mais otimista, os petistas contarão, no máximo, com 13 nomes do partido para governador neste ano - apenas 9 estão confirmados por enquanto (AC, BA, DF, MS, PA, RS, SC, SE e RO). O PSDB tem representantes garantidos em 14 Estados (AC, AP, AL, ES, GO, MG, PA, PR, PI, RO, RR, SP, TO e CE), podendo chegar a 19. As duas legendas governam cinco Estados cada uma.
INVERSÃO DE PAPÉIS
Historicamente o PT sempre lançou candidatos a governo estadual em quase todo o País. Mas, desde a vitória de Lula, o número de candidatos petistas na corrida estadual vem reduzindo a cada eleição. Em 2002, foram 24. Quatro anos depois, nas eleições de 2006, foram 18. Agora, não ultrapassarão 13.
Já os tucanos têm ampliado a cada pleito sua participação direta na disputa estadual. Em 2002, lançaram 9 candidatos. Na eleição seguinte, esse número quase dobrou (17). Neste ano, o PSDB poderá levar aos palanques nos Estados até 19 tucanos, que, além de brigar pelo governo, ajudarão na campanha do governador José Serra, virtual candidato a presidente.
"Estamos lançando candidatos para ganhar e não para marcar posição", afirmou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP). "Em 1994, quando tivemos candidatos em quase todos os Estados, elegemos apenas dois. Em 2006, elegemos um maior número e tínhamos menos candidatos."
"O PSDB investiu nessa formação de palanques estaduais. É um trabalho que está sendo feito desde o ano passado com vistas à eleição presidencial e o Senado", disse o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
PROJETO NACIONAL
O número reduzido de candidaturas do PT neste ano está diretamente ligado à ordem do Palácio do Planalto de não comprar briga nos Estados com aliados. Em troca de apoio à pré-candidata do PT à Presidência da República, ministra Dilma Rousseff, a legenda tem sacrificado seus quadros.
O exemplo mais emblemático é o Rio de Janeiro, onde, depois de muita briga, o PT tirou seu candidato de campo - o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias - para apoiar a reeleição de Sérgio Cabral (PMDB). Mas, em nome do projeto nacional, essa situação pode se configurar também em São Paulo e Minas Gerais. Nos dois Estados, petistas têm nome próprio para comandar o palanque de Dilma, mas podem fechar com aliados.
Na terra da ministra, há grandes chances de o candidato ser o colega de ministério Hélio Costa (Comunicações), do PMDB, em detrimento dos petistas Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, e Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social. Em São Paulo, o plano A é que o candidato seja o deputado Ciro Gomes (PSB) ante o senador Aloizio Mercadante (PT-SP).
FORTALECIMENTO
No PSDB, o aumento de candidatos é considerado resultado do fortalecimento da legenda fora do eixo Sul-Sudeste. O plano é estabelecer ao menos 9 palanques próprios no Norte e Nordeste, onde está a maior fragilidade eleitoral dos tucanos.
Petistas consideram artificial o crescimento dos tucanos. "As alianças dos adversários encolheram. Aí tem que lançar candidato mesmo", disse Vaccarezza. "O PT com Lula e sua popularidade não mostrou viabilidade eleitoral para formar bons palanques", reagiu Guerra.
Para o senador, o PT "está furado" em Estados importantes.
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