DEU EM O GLOBO
O PSDB cedeu à pressão do DEM e aceitou o nome imposto por seu principal aliado para vice na chapa presidencial de José Serra. O escolhido foi o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), de 39 anos, com quem Serra só se encontrou uma vez, durante o jogo Brasil e Coreia do Norte. A indicação de Índio, homologada na convenção do DEM, é uma vitória do ex-prefeito Cesar Maia e de seu filho, deputado Rodrigo Maia, presidente do partido. Índio foi subprefeito e secretário municipal em gestões de César. Os Maia rejeitavam a indicação do senador tucano Álvaro Dias para vice. Sem argumentos depois que o irmão de Dias, no Paraná, se coligou ao PT, o PSDB cedeu para garantir a aliança e o tempo de TV.
Serra cede ao DEM e aos Maia
Para garantir aliança e tempo de TV, tucano aceita Indio da Costa como vice
Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti
O PSDB cedeu à pressão do DEM e aceitou o nome imposto por seu principal aliado para vice na chapa presidencial de José Serra. O escolhido foi o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), de 39 anos, com quem Serra só se encontrou uma vez, durante o jogo Brasil e Coreia do Norte. A indicação de Índio, homologada na convenção do DEM, é uma vitória do ex-prefeito Cesar Maia e de seu filho, deputado Rodrigo Maia, presidente do partido. Índio foi subprefeito e secretário municipal em gestões de César. Os Maia rejeitavam a indicação do senador tucano Álvaro Dias para vice. Sem argumentos depois que o irmão de Dias, no Paraná, se coligou ao PT, o PSDB cedeu para garantir a aliança e o tempo de TV.
Serra cede ao DEM e aos Maia
Para garantir aliança e tempo de TV, tucano aceita Indio da Costa como vice
Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti
O DEM acabou vencendo a queda de braço que travava com o PSDB desde a última sexta-feira e conseguiu aprovar ontem o deputado Indio da Costa (DEM-RJ) como vice na chapa do tucano José Serra à Presidência. A escolha agradou em especial ao presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RN), e a seu pai, o ex-prefeito Cesar Maia, que mereceram agradecimentos especiais do candidato a vice durante a convenção nacional do partido, que ontem homologou a aliança nacional com os tucanos.
Também foi decisiva para a escolha a opinião do marqueteiro da campanha presidencial tucana, Luiz Gonzalez, que considerou relevante o fato de Indio ser do Rio, uma cara nova e jovem, além de ter sido o primeiro relator do projeto da Ficha Limpa na Câmara, no segundo semestre do ano passado.
Anteontem à noite, depois de duas reuniões em São Paulo, os tucanos chegaram a pensar que tinham vencido a disputa com o DEM e que conseguiriam manter a indicação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para a vaga de vice de Serra. Mas a decisão do irmão do senador tucano, Osmar Dias (PDT-PR), de se lançar candidato ao governo do Paraná com o apoio do PT, provocou uma reviravolta nas negociações. A notícia tirou do PSDB o principal argumento para manter a chapa puro-sangue: a de que Dias uniria o Paraná em favor de Serra.
"Indio representa aliança forte"
Diante do fato novo, Rodrigo Maia embarcou no início da madrugada de ontem de volta para São Paulo, disposto a reabrir a discussão sobre a vaga de vice com Serra.
No início da noite de ontem, em Brasília, Serra comemorou a pacificação da aliança com o DEM.
- Indio representa uma aliança, uma aliança forte pelo Brasil - disse Serra.
O candidato tucano fez questão ainda de afirmar que o difícil processo de definição de seu companheiro de chapa não deixará sequelas na aliança com o DEM.
- Fizemos uma escolha harmônica. Não fica nenhuma sequela, temos de olhar para frente. Agora estamos olhando para frente, na perspectiva da unidade. E já tendo o vice, vou poder ter mais tempo para falar de meus projetos para o país - acrescentou.
Serra e Indio, porém, teriam se encontrado apenas uma vez antes.
O presidente nacional do PSDB, Sergio Guerra (PE), atribuiu a troca à mudança no cenário no Paraná:
- Osmar (Dias) quebrou a nossa estratégia. Sem a candidatura dele chegaríamos a um consenso com o DEM em torno do nome de Álvaro.
Antes de anunciar a troca de Álvaro Dias por Indio da Costa, Serra tomou o cuidado de consultar pelo telefone os presidentes do PPS, Roberto Freire, e do PTB, Roberto Jefferson. Na hora, nenhum dos dois se opôs à mudança, embora Jefferson tenha demonstrado sua contrariedade mais tarde no Twitter. Batido o martelo, o candidato tucano embarcou para Brasília junto com Maia e Kassab para anunciar pessoalmente a escolha e tentar mostrar que a crise aberta nos últimos dias em sua campanha não deixará sequelas.
Mas, antes mesmo de Serra desembarcar na capital federal, às 17h30m, a convenção nacional do DEM já havia aprovado por aclamação a nova chapa presidencial. Quando ele chegou à capital, a convenção já estava encerrada. Numa cerimônia rápida, que durou menos de 40 minutos, o DEM aplaudiu a escolha de Serra e prometeu empenho total na campanha. O novo vice não escondeu a surpresa com a escolha de seu nome e fez um agradecimento especial ao ex-prefeito Cesar Maia.
- Queria agradecer a quem me colocou na política, o ex-prefeito Cesar Maia - justificou, acrescentando que em Brasília conheceu "figuras espetaculares" como ex-presidente do partido Jorge Bornhausen.
Nenhum tucano foi à convenção do DEM, embora muitos estivessem em Brasília, antes de Serra chegar. O senador Sérgio Guerra pretendia ter participado ontem da convenção do PMDB que homologou a candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDb-PE) ao governo do estado, mas foi interceptado por Serra quando seu avião já se preparava para levantar voo. Isso porque Serra queria a sua presença quando estivesse apresentando Indio da Costa como vice.
Coube a Guerra também comunicar a Álvaro Dias a mudança de planos de Serra. Num esforço para mostrar que a troca não lhe causou mágoas, Dias também foi convidado para acompanhar o candidato tucano no seu primeiro encontro formal com o novo vice. O senador tucano ganhou um abraço de Serra, na frente de Indio da Costa, e muitos elogios públicos.
- Não estou triste. Não há lugar para mágoas, ressentimentos ou postulações pessoais - disse Álvaro Dias.
Mais cedo, durante almoço em uma churrascaria em Brasília, em que se encontrou por acaso com integrantes do DEM, Álvaro Dias, ao ouvir comentários de que seu irmão, Osmar Dias (PDT-PR), teria sido usado pelo PSDB para lançar seu nome, respondeu:
- Acho que eu fui usado para confirmar a candidatura do Osmar Dias.
Também foi decisiva para a escolha a opinião do marqueteiro da campanha presidencial tucana, Luiz Gonzalez, que considerou relevante o fato de Indio ser do Rio, uma cara nova e jovem, além de ter sido o primeiro relator do projeto da Ficha Limpa na Câmara, no segundo semestre do ano passado.
Anteontem à noite, depois de duas reuniões em São Paulo, os tucanos chegaram a pensar que tinham vencido a disputa com o DEM e que conseguiriam manter a indicação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para a vaga de vice de Serra. Mas a decisão do irmão do senador tucano, Osmar Dias (PDT-PR), de se lançar candidato ao governo do Paraná com o apoio do PT, provocou uma reviravolta nas negociações. A notícia tirou do PSDB o principal argumento para manter a chapa puro-sangue: a de que Dias uniria o Paraná em favor de Serra.
"Indio representa aliança forte"
Diante do fato novo, Rodrigo Maia embarcou no início da madrugada de ontem de volta para São Paulo, disposto a reabrir a discussão sobre a vaga de vice com Serra.
No início da noite de ontem, em Brasília, Serra comemorou a pacificação da aliança com o DEM.
- Indio representa uma aliança, uma aliança forte pelo Brasil - disse Serra.
O candidato tucano fez questão ainda de afirmar que o difícil processo de definição de seu companheiro de chapa não deixará sequelas na aliança com o DEM.
- Fizemos uma escolha harmônica. Não fica nenhuma sequela, temos de olhar para frente. Agora estamos olhando para frente, na perspectiva da unidade. E já tendo o vice, vou poder ter mais tempo para falar de meus projetos para o país - acrescentou.
Serra e Indio, porém, teriam se encontrado apenas uma vez antes.
O presidente nacional do PSDB, Sergio Guerra (PE), atribuiu a troca à mudança no cenário no Paraná:
- Osmar (Dias) quebrou a nossa estratégia. Sem a candidatura dele chegaríamos a um consenso com o DEM em torno do nome de Álvaro.
Antes de anunciar a troca de Álvaro Dias por Indio da Costa, Serra tomou o cuidado de consultar pelo telefone os presidentes do PPS, Roberto Freire, e do PTB, Roberto Jefferson. Na hora, nenhum dos dois se opôs à mudança, embora Jefferson tenha demonstrado sua contrariedade mais tarde no Twitter. Batido o martelo, o candidato tucano embarcou para Brasília junto com Maia e Kassab para anunciar pessoalmente a escolha e tentar mostrar que a crise aberta nos últimos dias em sua campanha não deixará sequelas.
Mas, antes mesmo de Serra desembarcar na capital federal, às 17h30m, a convenção nacional do DEM já havia aprovado por aclamação a nova chapa presidencial. Quando ele chegou à capital, a convenção já estava encerrada. Numa cerimônia rápida, que durou menos de 40 minutos, o DEM aplaudiu a escolha de Serra e prometeu empenho total na campanha. O novo vice não escondeu a surpresa com a escolha de seu nome e fez um agradecimento especial ao ex-prefeito Cesar Maia.
- Queria agradecer a quem me colocou na política, o ex-prefeito Cesar Maia - justificou, acrescentando que em Brasília conheceu "figuras espetaculares" como ex-presidente do partido Jorge Bornhausen.
Nenhum tucano foi à convenção do DEM, embora muitos estivessem em Brasília, antes de Serra chegar. O senador Sérgio Guerra pretendia ter participado ontem da convenção do PMDB que homologou a candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDb-PE) ao governo do estado, mas foi interceptado por Serra quando seu avião já se preparava para levantar voo. Isso porque Serra queria a sua presença quando estivesse apresentando Indio da Costa como vice.
Coube a Guerra também comunicar a Álvaro Dias a mudança de planos de Serra. Num esforço para mostrar que a troca não lhe causou mágoas, Dias também foi convidado para acompanhar o candidato tucano no seu primeiro encontro formal com o novo vice. O senador tucano ganhou um abraço de Serra, na frente de Indio da Costa, e muitos elogios públicos.
- Não estou triste. Não há lugar para mágoas, ressentimentos ou postulações pessoais - disse Álvaro Dias.
Mais cedo, durante almoço em uma churrascaria em Brasília, em que se encontrou por acaso com integrantes do DEM, Álvaro Dias, ao ouvir comentários de que seu irmão, Osmar Dias (PDT-PR), teria sido usado pelo PSDB para lançar seu nome, respondeu:
- Acho que eu fui usado para confirmar a candidatura do Osmar Dias.
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