DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Afinal, quem é o candidato do governo? Lula ou Dilma?
Por que ele é quem tem de bater boca com o candidato da oposição no horário eleitoral? Para falar de homem para homem?
Não fica bem, principalmente se Lula já começa a transferir para Dilma aquela lenga-lenga do preconceito. Quem discorda tem preconceito porque ele "é operário" (?!). Quem continuar discordando terá preconceito porque ela é mulher.
Serra é acusado de estar se "vitimizando" com a história da quebra dos sigilos, mas nisso pode dar as mãos a Lula, campeão da vitimização. Sempre que a barra pesa, lá vem essa história do perseguido pelas elites e pela direita, enquanto os banqueiros enchem as burras da campanha da sua candidata.
O que interessa são os fatos, mais do que o uso eleitoral que Serra tente fazer e do qual Lula tente escapar. Os fatos são, até agora, lineares: usaram a Receita para quebrar o sigilo do secretário-geral do PSDB e da filha, do genro e do amigo de Serra. Por "coincidência", sempre havia um petista de carteirinha por trás, e os dados circularam pela pré-campanha de Dilma.
Em vez de agir como candidato, Lula deveria ser firme como presidente para salvaguardar o tão decantado "Estado democrático de Direito". Há um círculo interessante a ser investigado. Se é que alguém quer mesmo a investigação.
Ontem, em Uberlândia (MG), Lula fez uma provocação barata aos EUA, comparando a potência a um elefante bobão e o Brasil a um ratinho esperto: "Um elefante é daquele tamanhão, a tromba dele vale uns dez ratos, mas coloca um ratinho perto de um elefante para ver como o bicho tem medo e se borra todo", disse o presidente (ou seria o candidato?) sobre as batalhas que o Itamaraty enfrentou na OMC.
Aqui dentro, porém, a comparação é outra. Se o elefante Estado mete a sua pata onipresente nos milhões de ratinhos chamados de cidadãos, borram-se todos.
BRASÍLIA - Afinal, quem é o candidato do governo? Lula ou Dilma?
Por que ele é quem tem de bater boca com o candidato da oposição no horário eleitoral? Para falar de homem para homem?
Não fica bem, principalmente se Lula já começa a transferir para Dilma aquela lenga-lenga do preconceito. Quem discorda tem preconceito porque ele "é operário" (?!). Quem continuar discordando terá preconceito porque ela é mulher.
Serra é acusado de estar se "vitimizando" com a história da quebra dos sigilos, mas nisso pode dar as mãos a Lula, campeão da vitimização. Sempre que a barra pesa, lá vem essa história do perseguido pelas elites e pela direita, enquanto os banqueiros enchem as burras da campanha da sua candidata.
O que interessa são os fatos, mais do que o uso eleitoral que Serra tente fazer e do qual Lula tente escapar. Os fatos são, até agora, lineares: usaram a Receita para quebrar o sigilo do secretário-geral do PSDB e da filha, do genro e do amigo de Serra. Por "coincidência", sempre havia um petista de carteirinha por trás, e os dados circularam pela pré-campanha de Dilma.
Em vez de agir como candidato, Lula deveria ser firme como presidente para salvaguardar o tão decantado "Estado democrático de Direito". Há um círculo interessante a ser investigado. Se é que alguém quer mesmo a investigação.
Ontem, em Uberlândia (MG), Lula fez uma provocação barata aos EUA, comparando a potência a um elefante bobão e o Brasil a um ratinho esperto: "Um elefante é daquele tamanhão, a tromba dele vale uns dez ratos, mas coloca um ratinho perto de um elefante para ver como o bicho tem medo e se borra todo", disse o presidente (ou seria o candidato?) sobre as batalhas que o Itamaraty enfrentou na OMC.
Aqui dentro, porém, a comparação é outra. Se o elefante Estado mete a sua pata onipresente nos milhões de ratinhos chamados de cidadãos, borram-se todos.
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