quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Brasil piora em ranking de competitividade

DEU EM O GLOBO

País cai de 56o- para 58o- lugar em lista do Fórum Econômico Mundial que avalia 139 nações. Suíça lidera

Eliane Oliveira

BRASÍLIA. O Brasil caiu duas posições passando de 56º em 2009 para 58º lugar este ano no ranking mundial de competitividade.

É o que diz um relatório para o período 2010-11, que será lançado hoje pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com o Movimento Brasil Competitivo e a Fundação Dom Cabral. Empresários brasileiros e estrangeiros instalados no país deram nota 4,28 ao Brasil, índice dentro da média geral em uma escala de zero a 7.

A Suíça, a nação mais competitiva, teve nota 5,63.

Pelo Relatório de Competitividade Global, em que são pesquisados 139 países, os pontos fracos do mercado brasileiro são, principalmente, os itens Saúde e Educação Primária (indicador no qual, isoladamente, o Brasil caiu da 79ª para a 87ª colocação), Eficiência do Mercado de Trabalho (80ª para 96ª) e Prontidão Tecnológica (46ª para 54ª).

Os empresários, que respondem anualmente à pesquisa, avaliaram positivamente algo antes tido como impensável fatores como Infraestrutura, que apresentou uma melhora de oito pontos, da 74ª posição no ranking para a 62ª, Sofisticação Empresarial (da 32ª para a 31ª) e Inovação (43ª para 42ª).

Se não fossem os transportes, especialmente na parte de estradas, o Brasil teria uma nota melhor em infraestrutura e, por tabela, no índice geral comentou o presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Erik Caramano.

Ele explicou que a leitura do MBC é que houve uma melhora em alguns dos 12 pilares usados para a avaliação.

Um exemplo consiste no item Desenvolvimento do Mercado Financeiro, que registrou uma melhora de um ponto, de 51 para 50, refletindo a capacidade do Brasil de enfrentar as turbulências financeiras internacionais.

Para termos um avanço importante, são necessárias medidas microeconômicas, como desoneração tributária, simplificação da legislação, redução da burocracia e aperfeiçoamento na infraestrutura enfatizou Caramano, acrescentando que a melhora em infraestrutura se deve, principalmente, à expectativa criada em torno das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Estados Unidos caem duas posições no ranking O relatório aponta a Suíça como o país mais competitivo do mundo. Os Estados Unidos também caíram duas posições e agora ocupam a 4ª colocação, sendo superados por Suécia (no 2ª lugar) e Cingapura (no 3º).

No caso dos Estados Unidos, instabilidades macroeconômicas que se manifestaram ao longo do tempo enfraqueceram as instituições públicas e privadas no mercado americano, na avaliação dos empresários instalados naquele país, que deixaram claras suas preocupações acerca do mercado financeiro.

No 27º lugar, a China lidera o grupo das economias em desenvolvimento. Os chineses subiram dois pontos em sua colocação e o país asiático se consolida como uma das 30 nações mais competitivas do mundo. Recentemente, o país passou à posição de segunda maior economia do mundo, atrás apenas de EUA e à frente do Japão.

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