Artifício é aplicado para evitar explicação dos desvios
Ao aparecer no programa eleitoral de Dilma Rousseff, na noite de terça, como se fizesse um pronunciamento oficial na condição de presidente da República, Lula apenas foi coerente com a postura que assumiu desde o momento em que resolveu eleger a sua pouco conhecida ministra-chefe da Casa Civil.
Sem se preocupar com limites legais, com nada, Lula tem sido um trator a serviço de Dilma, sem atentar para a confusão de papéis entre o chefe partidário e o representante do Poder Executivo.
Se o adversário José Serra se equivocou ao tentar cassar a candidatura de Dilma na Justiça eleitoral, devido ao já comprovado escândalo de invasão criminosa do sigilo fiscal de tucanos e da filha dele, Verônica, terça foi a vez de Lula extrapolar, ao exercitar no programa eleitoral uma velha tática petista: vitimizar-se, quando, na verdade, a vítima está do outro lado. Ou seja, o direito de reclamar é de Serra, da filha e demais tucanos cujos arquivos sob a guarda da Receita Federal foram violados, a partir da ação de pelo menos dois filiados ao PT.
O pronunciamento dissimulado e evasivo do presidente só fez aumentar o temor de quem é obrigado a ter sob a guarda do Estado dados pessoais, protegidos pela Constituição. Hoje se vê, uma proteção frágil, diante da atuação de aparelhos partidários e sindicais dentro da máquina burocrática, de que resulta o uso de instrumentos do Estado com fins políticos privados.
Sem falar, como admitiu o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, chefe supremo da Receita, dos incontáveis vazamentos de informações dos computadores da repartição, onde, tudo leva a crer, funcionam balcões de venda de dados a quem interessar: empresas de mala-direta, assaltantes de residências, sequestradores etc. Infelizmente, prática que parece disseminada em vários órgãos públicos, como demonstra a facilidade com que se compra esse tipo de informações privadas nas ruas do Centro velho de São Paulo, conforme revelou reportagem do GLOBO.
Enquanto a Receita claramente retarda a sindicância interna, como deseja o PT, o presidente acusa os atingidos pela criminosa quebra de sigilo de partirem para a baixaria (!?).
O cidadão comum, portanto, tem toda razão em se sentir vulnerável, desprotegido, sem qualquer ajuda do Executivo.
Resta-lhe esperar pela atuação do Ministério Público fortalecido pela Constituição de 1988 com a missão de estar ao lado da sociedade e da Justiça.
O mesmo recurso da vitimização é aplicado quando a imprensa independente, profissional, chamada de grande mídia, divulga fatos objetivos contrários aos interesses do PT. Imediatamente, ela passa a ser acusada de golpista. Assim, o partido se converte em vítima de supostas tenebrosas conspirações, e se exime de explicar as malfeitorias.
Foi assim no mensalão, minimizado por Lula o partido apenas copiara os demais ao comprar com dinheiro sujo apoio parlamentar , sem impedir, no entanto, a cassação de José Dirceu e a abertura de um processo no STF contra a organização criminosa, chefiada, no entender da Procuradoria Geral da República, pelo próprio titular da Casa Civil de Lula. Agora, o partido e sua candidata são vítimas de quem se indigna por ter informações privadas surrupiadas por iniciativa de filiados ao PT.
É demais.
Ao aparecer no programa eleitoral de Dilma Rousseff, na noite de terça, como se fizesse um pronunciamento oficial na condição de presidente da República, Lula apenas foi coerente com a postura que assumiu desde o momento em que resolveu eleger a sua pouco conhecida ministra-chefe da Casa Civil.
Sem se preocupar com limites legais, com nada, Lula tem sido um trator a serviço de Dilma, sem atentar para a confusão de papéis entre o chefe partidário e o representante do Poder Executivo.
Se o adversário José Serra se equivocou ao tentar cassar a candidatura de Dilma na Justiça eleitoral, devido ao já comprovado escândalo de invasão criminosa do sigilo fiscal de tucanos e da filha dele, Verônica, terça foi a vez de Lula extrapolar, ao exercitar no programa eleitoral uma velha tática petista: vitimizar-se, quando, na verdade, a vítima está do outro lado. Ou seja, o direito de reclamar é de Serra, da filha e demais tucanos cujos arquivos sob a guarda da Receita Federal foram violados, a partir da ação de pelo menos dois filiados ao PT.
O pronunciamento dissimulado e evasivo do presidente só fez aumentar o temor de quem é obrigado a ter sob a guarda do Estado dados pessoais, protegidos pela Constituição. Hoje se vê, uma proteção frágil, diante da atuação de aparelhos partidários e sindicais dentro da máquina burocrática, de que resulta o uso de instrumentos do Estado com fins políticos privados.
Sem falar, como admitiu o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, chefe supremo da Receita, dos incontáveis vazamentos de informações dos computadores da repartição, onde, tudo leva a crer, funcionam balcões de venda de dados a quem interessar: empresas de mala-direta, assaltantes de residências, sequestradores etc. Infelizmente, prática que parece disseminada em vários órgãos públicos, como demonstra a facilidade com que se compra esse tipo de informações privadas nas ruas do Centro velho de São Paulo, conforme revelou reportagem do GLOBO.
Enquanto a Receita claramente retarda a sindicância interna, como deseja o PT, o presidente acusa os atingidos pela criminosa quebra de sigilo de partirem para a baixaria (!?).
O cidadão comum, portanto, tem toda razão em se sentir vulnerável, desprotegido, sem qualquer ajuda do Executivo.
Resta-lhe esperar pela atuação do Ministério Público fortalecido pela Constituição de 1988 com a missão de estar ao lado da sociedade e da Justiça.
O mesmo recurso da vitimização é aplicado quando a imprensa independente, profissional, chamada de grande mídia, divulga fatos objetivos contrários aos interesses do PT. Imediatamente, ela passa a ser acusada de golpista. Assim, o partido se converte em vítima de supostas tenebrosas conspirações, e se exime de explicar as malfeitorias.
Foi assim no mensalão, minimizado por Lula o partido apenas copiara os demais ao comprar com dinheiro sujo apoio parlamentar , sem impedir, no entanto, a cassação de José Dirceu e a abertura de um processo no STF contra a organização criminosa, chefiada, no entender da Procuradoria Geral da República, pelo próprio titular da Casa Civil de Lula. Agora, o partido e sua candidata são vítimas de quem se indigna por ter informações privadas surrupiadas por iniciativa de filiados ao PT.
É demais.
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