quarta-feira, 11 de julho de 2012

Dilma vai a aliados para evitar racha

A Temer e governadores do PSB, presidente diz que é preciso manter projeto nacional

Paulo Celso Pereira, Isabel Braga e Luiza Damé

BRASÍLIA . Na última semana de trabalho do Congresso antes do recesso, o Palácio do Planalto entrou em campo para afinar o discurso com os aliados às vésperas do início da campanha eleitoral. Após jantar com os governadores Eduardo Campos (Pernambuco) e Cid Gomes (Ceará), do PSB, anteontem, a presidente Dilma Rousseff se reuniu ontem com o vice-presidente Michel Temer, principal cacique do PMDB, e jantou com os congressistas e ministros do PT.

Sem dar detalhes, Temer disse a aliados que a conversa foi "sobre política", e que estava satisfeito. A principal preocupação do Planalto é impedir que as rusgas das campanhas municipais atinjam o relacionamento dos partidos com o governo.

Esse foi o principal recado de Dilma no jantar de segunda-feira para tratar dos problemas que levaram ao racha entre PT e PSB em Recife, Fortaleza e Belo Horizonte. Foram três horas de conversa, com a presença dos ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

- Temos queixas de todos os lados. Onde não fizemos alianças, vai haver disputa eleitoral. A presidente disse que não podemos confundir uma eleição municipal com um projeto nacional, no qual somos aliados e estamos do mesmo lado há muito tempo. Na conversa, todos reafirmamos o nosso desejo de permanecer assim - disse Paulo Bernardo.

Eduardo Campos afirmou que o PSB vai continuar apoiando o governo Dilma, mas sem submissão. Sob a desconfiança de petistas, que espalham que ele tem projeto solo para 2014, ele aproveitou o encontro com Dilma para afirmar que a prioridade do partido é manter a aliança com ela em 2014:

- Crescemos fazendo política com coerência, lealdade, mas sem submissão. Não interessa ao PSB nem à presidente criar crise ou dificuldade. Temos claro que o nosso objetivo é ajudá-la a fazer um grande mandato para poder ser candidata em 2014 - afirmou Campos.

Em reunião com a bancada do PT na Câmara, Ideli disse que os ministros estão liberados para atuar nas campanhas, fora do horário de expediente.

FONTE: O GLOBO

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