quinta-feira, 19 de julho de 2012

Recife e BH serão teste para Campos e Aécio

Na capital mineira, Dilma gravará para campanha de Patrus Ananias, tentando enfraquecer tucano

Fernanda Krakovics, Maria Lima e Amanda Almeida

BRASÍLIA e BELO HORIZONTE . Após as reviravoltas nas alianças partidárias, as eleições para as prefeituras de Belo Horizonte e Recife são vistas como um teste para dois aspirantes a presidente da República: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O resultado nesses dois colégios eleitorais também terá peso para a reeleição, em 2014, da presidente Dilma Rousseff. Sem contar São Paulo, onde a disputa já está nacionalizada desde o início. Na capital paulista, porém, o teste maior é para a força política do ex-presidente Lula.

A prioridade de Dilma será Belo Horizonte, onde, além de gravar para o programa eleitoral gratuito do candidato Patrus Ananias (PT), ela deve aparecer pessoalmente, entrando em disputa direta com Aécio, mais provável presidenciável do PSDB em 2014. A campanha será comandada pelo marqueteiro João Santana, que coordenou as campanhas de Lula (2006) e de Dilma. Ele foi convidado pela própria presidente. O cineasta Helvécio Ratton vai dirigir a propaganda na TV. Ele ocupou o mesmo papel na campanha vitoriosa à prefeitura de BH do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT), em 2004.

Além do embate político com Aécio, Dilma tem uma ligação muito próxima com Pimentel, que teria a candidatura ao governo de Minas em 2014 reforçada com uma eventual derrota do atual prefeito Márcio Lacerda (PSB), candidato do tucano.

Já a campanha petista em Recife deve ficar a cargo do ex-presidente Lula. Apesar de não aprovar os voos próprios de Eduardo Campos, Dilma não quer se indispor com o aliado. Até para não incentivar uma dissidência do PSB já em 2014.

- O PT vai ter que trabalhar mais porque tinha no PSB um aliado. Vai ter que fazer uma campanha mais forte nessas capitais - reconhece o candidato do PT em Recife, senador Humberto Costa.

Grupos de Patrus e Pimentel se uniram

Inicialmente, PT e PSDB apoiavam a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, mas Aécio conseguiu implodir a aliança e empurrar os petistas para fora da chapa, ao fazer o PSB rejeitar a coligação proporcional para vereadores. O efeito colateral dessa estratégia foi unir o PT de Minas Gerais, rachado há anos entre o grupo de Patrus e o de Pimentel. E, pior, com o apoio do PMDB.

- Que uma eleição passa mensagem para outra, passa. Em Minas, estava tudo tranquilo demais para o Aécio. Agora complicou e ele vai ter que suar a camisa. Isso pode reacender também a guerra interna no PSDB. Para Serra é bom - avalia o senador Jorge Viana (PT-AC).

Presidente do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE) minimiza a avaliação de que a eleição em BH será um tudo ou nada para Aécio:

- Vai ser um teste para o PT em São Paulo, para Eduardo Campos em Recife. Eleição é teste mesmo. O mundo não vai acabar em 2012. Não tem disputa heroica coisa nenhuma.

Em Recife, Eduardo Campos implodiu a aliança que tinha com o PT e lançou candidato próprio à prefeitura, numa ampla coligação, isolando Humberto Costa. Mais do que vencer a eleição em Recife, o desafio do socialista é se tornar conhecido nacionalmente. Para isso, deve participar das campanhas do PSB para prefeito em todo o Brasil.

FONTE: O GLOBO

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