O objetivo é acabar com boatos de que ex-presidente sairá como candidato
BRASÍLIA - O ex-presidente Lula aconselhou sua sucessora, Dilma Rousseff, a entrar de cabeça na política de defesa do projeto do PT neste ano. Em encontro reservado, os dois combinaram uma agenda de viagens conjunta para mostrar união. O objetivo é eliminar boatos de distanciamento e desfazer rumores de que será o petista, não ela, o candidato à Presidência em 2014.
A reunião ocorreu na sexta-feira retrasada em São Paulo. Também participaram o marqueteiro João Santana, o ex-ministro Franklin Martins, o presidente do PT, Rui Falcão, e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Todos fizeram um "forte reconhecimento" ao pronunciamento da presidente em rede nacional do dia 23.
No discurso, ela não só anunciou a redução média de 20% na tarifa de energia elétrica como atacou a oposição de forma dura, porém indireta.
No encontro de São Paulo, Lula e os demais sugeriram que o Planalto invista nesse embate e que reforce sua comunicação institucional. No caso da conta de luz, consideram a medida um dos principais ativos eleitorais de Dilma e, portanto, uma das maiores fraquezas do PSDB.
O ex-presidente Lula também atua nos bastidores para tentar convencer o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, a não sair como candidato em 2014. Campos é visto hoje no PT como a grande ameaça ao projeto de poder do partido.
Nem a presidente Dilma Rousseff conseguiu arrancar de Campos a garantia de que ele não vai disputar o Planalto no ano que vem. Indagado sobre suas pretensões, o governador disse à presidente que é aliado fiel em 2013. Mas não poderia fazer promessas para 2014.
"O PT não pode ficar à frente da cabeça de chapa o tempo todo. Uma hora temos de abrir mão. E acho que 2018 é um bom ano, porque a presidente Dilma Rousseff, se reeleita, poderá terminar os projetos sociais e de serviços para a nova classe média iniciados por Lula", disse o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
De acordo com petistas, Lula sabe que só na base da conversa não será suficiente para tirar de Campos a disposição de disputar o Planalto. É preciso oferecer-lhe mais, mas não a vaga de vice na chapa de Dilma.
Fonte: O Tempo (MG)
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